Painel do Leitor
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Manifestações
Diferentemente do que quer fazer parecer o governo petista, não é apenas a elite que anda descontente com Dilma. Por enquanto, o pessoal assistido pelos programas sociais --parte significativa da população que elegeu a presidente-- ainda não se manifestou. É questão de tempo.
Walter de Souza Silva (Belo Horizonte, MG)
Moro perto de três estações de metrô. Ao redor de minha casa, em prédios de apartamento de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões, se ouviram panelas batucando e luzes acendendo e apagando ("Dilma vai à TV defender ajuste e é alvo de panelaço", "Poder", 9/3). Nos demais e nas casas, nada. Nítido fenômeno de classe.
Ana Maria Freitas (São Paulo, SP)
Fica muito difícil para um governante que é constantemente desmoralizado, como é o caso da presidente, continuar governando. Panelaço, buzinaço, o Brasil não sairá do atoleiro. O mais saudável e prudente, devido à sua falta de condição ética, política e moral, é que Dilma renuncie.
Myrian Macedo (São Paulo, SP)
Sobre a reportagem "Grupos contra Dilma esperam levar 100 mil às ruas no dia 15" ("Poder", 9/3), esclareço que, diferentemente da declaração de Renan Santos ("Os caras do VPR são mais velhos, mais ricos e têm o PSDB por trás"), o movimento Vem pra Rua é suprapartidário, não está ligado ao PSDB, tampouco recebe recursos do partido.
Rogerio Chequer, líder do grupo Vem pra Rua (São Paulo, SP)
Patético o artigo "Leviatã agonizante" (Tendências/Debates, 9/3). Ver nossos adolescentes deixarem os estudos para se tornarem radicais fundamentalistas é muito triste. Esse movimento, que quer derrubar um partido reconduzido ao poder pelo voto legítimo, prega golpe de Estado. Aconselho ao pessoal voltar à faculdade. Dizer que os professores eram incompetentes é desculpa.
Maria José Mesquita, professora da Unicamp (Campinas, SP)
Petrolão
Sobre as declarações do senador Lindbergh Farias ("Lindbergh diz que pode ter agido de forma imprópria, mas não ilegal", "Poder", 8/3), que recebeu dinheiro da Andrade Gutierrez, afirmando que "estão misturando gente que recebia mesada de propina com doação legal de campanha", pergunto o que se pode esperar do próprio Lindbergh, que se misturou a Collor?
Luciano Nogueira Marmontel (Pouso Alegre, MG)
A missiva de Christina Pinheiro (Painel do Leitor, 8/3) tem procedência parcial, pois deveria ela apontar quem tem dignidade e honorabilidade para substituir os presidentes do Senado e da Câmara. Tudo ali é podre e impera a ganância. O povo tem que reagir (de forma pacífica ou não) e sempre lembrando que estará agindo à luz da Constituição Federal.
Geraldo Rodrigues Ferreira, advogado (Frutal, MG)
USP internacional
É grande a distância entre discurso e prática na internacionalização da USP, que anuncia iniciativas para atrair estrangeiros ("USP vai incentivar cursos com disciplinas em inglês", "Cotidiano", 8/3), mas tem dificuldade em reconhecer títulos obtidos no exterior. Fiz doutorado numa das melhores universidades do mundo --Oxford-- e há nove meses espero pelo reconhecimento do diploma para poder exercer plenamente a função de pós-doutorando. Pela arrogância de questionar os procedimentos daquela universidade ou pela incapacidade de reconhecer um documento confiável, insiste em rejeitar meu diploma, solicitando documentos adicionais, causando atrasos.
Silvio Marchini (Piracicaba, SP)
Caminhoneiros
Sobre "Concessões do governo a caminhoneiros beneficiam empresas" ("Mercado", 4/3), a Confederação Nacional dos Trabalhadores Autônomos questiona o porquê da menção a pilotos de corrida entre pessoas que, em nome dos caminhoneiros, estariam negociando com o governo, mas, comprovadamente, representam os interesses de empresas ligadas ao setor. O presidente da entidade, Diumar Bueno, tem uma história de 30 anos como caminhoneiro e nunca teve seu nome ligado a transportadoras ou políticos. As atividades sindicais de Bueno iniciaram-se em 1985. Entre as conquistas, estão a duplicação da BR 116 no Sul, a Operação Fronteira para coibir o roubo de caminhões levados ao Paraguai, a redução de 50% do pedágio no Paraná, o vale-pedágio, a estadia remunerada, a multa ao embarcador e a redução da alíquota do IR para caminhoneiro autônomo de 40% para 10%.
Cinthia Alves, assessora de imprensa da CNTA (Curitiba, PR)
NOTA DA REDAÇÃO - Leia seção Erramos.
Contrato social
Poucas vezes tomei contato com defesa tão explícita dos interesses do modo capitalista de pensar como no texto de Samuel Pessôa ("Acompanhamento do contrato social", "Mercado", 8/3). Culpar os gastos sociais pela crise econômica no Brasil (onde a maioria pobre da população dispõe de tão poucos recursos relativos ao "contrato social") é buscar tecnicalidades econométricas para aprofundar injustiças seculares. O contraditório necessário exigiria direito de resposta deste novo Necker. Tal como o economista francês dos decadentes Bourbons, este "nosso", representando a elite, não se livra facilmente de preconceitos.
Alexandre Hecker, professor de história contemporânea do Mackenzie e da UNESP (São Paulo, SP)
Inezita Barroso
Inezita foi uma figura ímpar ("Cantora Inezita Barroso morre aos 90 em São Paulo", "Ilustrada", 9/3). Valorizou a música do país em suas múltiplas formas de expressão. Pesquisou folclore, cantou diferentes modalidades de música brasileira, contribuiu para divulgar artistas pouco conhecidos. Devemos criar condições para a continuidade de seu trabalho, nos meios de comunicação e nas universidades.
Cecília Guarnieri Batista, professora universitária (Campinas, SP)