Painel do Leitor
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Greve dos professores
Será que a Apeoesp acredita que a população vai cair na conversa de 75% de aumento? O salário dos professores merece ser dobrado, triplicado. No entanto, a forma como foi iniciado esse movimento se mostrou oportunista de saída. Foi-se o tempo em que profissionais serviam de massa de manobra para sindicato ligado a partido. Os professores merecem e exigem respeito.
VICTOR SIQUEIRA CASSIANO DALTIN (Catanduva, SP)
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A Folha condena o movimento grevista como sendo orquestração da Apeoesp, admite que os professores ganham mal, mas vende a ideia do bônus como sendo razoável. Estou em greve porque não aceito 0% em 2015 --o acordo de reposição terminou em 2014. Esse decreto aprofunda a diferença entre um professor e profissionais com o ensino superior. 75% são perdas históricas, mas defender isso como sendo um ponto de inflexão me passa a ideia de confusão.
NELSON BAPTISTA GONÇALVES JUNIOR (Limeira, SP)
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A luta dos professores por reconhecimento profissional e melhores condições de trabalho merece todo o nosso respeito e apoio. Mas há a tentativa sórdida do sindicato de usá-los como massa de manobra para desgastar o governo estadual e tentar equilibrar o pêndulo da popularidade da presidente e do PT.
VICTOR HUGO PANCHAMEL (Itapevi, SP)
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O editorial "Deseducação pela greve" ("Opinião", 26/3) é agressivo e demonstra posicionamento político contra os professores. A Apeosp não é satélite da CUT e do PT. Nosso sindicato é legítimo e representa 188 mil professores. Não estamos fustigando o governo. Exercemos o direito de greve para melhorar salários e condições de trabalho. Devemos nos conformar com nossos baixos salários? Lutamos por um plano de composição salarial para a equiparação com categorias com formação de nível superior, conforme determina lei nacional. Há tempos pedimos negociação. A intransigência é do governo.
MARIA IZABEL AZEVEDO NORONHA, presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) (São Paulo, SP)
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Sobre as cartas de Maria Izabel Noronha e Marcelo Domingues (Painel do Leitor, 26/3), a Secretaria da Educação afirma que o índice de 96% de comparecimento na última semana e de 2,5% de faltas na segunda-feira são baseados nos cadastros oficiais, não em estimativas aleatórias. Para a gestão, o direito à manifestação de um dos sindicatos não pode impedir os alunos de irem à escola nem incentivar que os mesmos faltem. São 45% de aumento acumulativo em quatro anos e uma política de benefícios que só este ano pagará mais de R$ 1 bilhão em bônus por mérito. O que vemos é uma rede comprometida com o ensino.
RONALDO TENÓRIO, assessor de imprensa da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
Tragédia aérea
Após a leitura da coluna de Clóvis Rossi ("De homens e de máquinas", "Mundo" 26/3), na qual fica evidente um possível despreparo dos pilotos para voos manuais, fica a sensação de perplexidade, pânico e desamparo, semelhante àquela sentida pela tripulação e passageiros, naqueles oito minutos em que o avião fez um trajeto repentino em direção ao solo. Tempo suficiente, acredito, para um piloto bem treinado tomar as rédeas e o controle de um jato com 150 vidas. Sem desprezar, contudo, a suspeita de um possível surto psicótico do copiloto que permitiu a queda da aeronave.
ÂNGELA LUIZA S. BONACCI (Pindamonhangaba, SP)
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Ao que tudo indica a tragédia do avião da Germanwings foi ato suicida de um copiloto desequilibrado ("Piloto ficou preso fora da cabine do avião, diz jornal", "Mundo", 26/3). Está mais do que na hora de companhias aéreas e autoridades aeroviárias mundiais repensarem seus critérios de avaliação quanto à integridade mental de pilotos e copilotos.
LUCIANO HARARY (São Paulo, SP)
Crise política
É uma triste realidade. Países desenvolvidos sofrem crises semelhantes à nossa e nem por isso os seus Poderes da República param de funcionar ou entram em guerra particular e pessoal como aqui. É o sinônimo do atraso quando vislumbramos os presidentes da Câmara e do Senado fazendo de tudo para prejudicar as reformas, das quais o país necessita urgentemente. Ora, que representantes são esses? São adeptos do quanto pior, melhor?
JOÃO BATISTA BASTOS (Belo Horizonte, MG)
Fernando Haddad
O secretário de comunicação da Prefeitura de São Paulo apresentou esclarecimentos quanto à atuação de Fernando Haddad como ministro da Educação (Painel do Leitor, 26/3). Isso já havia ocorrido na semana passada. Indago se está correto a prefeitura usar seus recursos e o tempo de seus funcionários (pagos por nós, munícipes) para tratar de questões sem relação com as atribuições atuais do prefeito. Não seria mais adequado se, em vez de se apropriar de recursos que não lhe pertencem, o próprio Haddad ou mesmo o ministério apresentassem sua defesa?
JOÃO ARENSTEIN (São Paulo, SP)
Vladimir Safatle
Fiquei impressionado com o estilo retorcido e linguajar confuso, com frases demasiadamente longas, de Vladimir Safatle. A ideia básica de homenagear Pierre Boulez pelo 90º aniversário é digna de louvor pela sua estatura musical, como compositor, maestro e de papel renovador ("Boulez e a liberdade", "Opinião", 24/3). A estrutura do texto, com tamanho labirinto verbal, dificulta uma leitura linear e diminui o propósito original da exposição da relevância, tanto pioneira quanto filosófica, do papel que Boulez representou.
RENATO DINIZ KOVACH (Rio de Janeiro, RJ)