Painel do Leitor
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Crise governamental
A emenda constitucional que dá um prazo para o presidente nomear ministros de tribunais superiores é bem-vinda para acabar de vez com esse pouco-caso ou má vontade do Executivo com relação ao Judiciário ("PMDB quer estabelecer prazo para Dilma fazer indicações", "Poder", 27/3). A não nomeação de ministros, especialmente do STF, causa transtornos para o bom andamento da nossa Corte Suprema.
PAULO CESAR OLIVEIRA (Taubaté, SP)
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Em "Um país nas cordas" ("Opinião", 27/3), Luiz Fernando Vianna aponta a atitude mais importante na atual crise: "Quem vá às ruas, sem vínculo com partidos, denunciar o Congresso como endereço do que há de pior no momento (...); duas figuras que, investigadas por corrupção, não poderiam presidir a Câmara e o Senado". É absolutamente imoral, estúpido e contraditório pedir o "fora, Dilma" sem exigir, concomitantemente, a dissolução do Congresso e novas eleições, com a proibição de candidaturas de políticos formalmente investigados por corrupção.
LUTHERO MAYNARD, jornalista (São Paulo, SP)
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O Airbus A320 que caiu nos Alpes franceses a cada dia se torna uma triste metáfora do que se passa no Brasil: trancada na cabine, a copilota já não atende nem seu piloto e criador batendo na porta. Oremos.
CARLOS MORAES (São Paulo, SP)
Petrolão
"Fico surpresa de saber que alguém pode ganhar alguma coisa no meio da estrutura, sem ninguém de cima saber", disse Graça Foster no Congresso ("Graça Foster diz que corrupção envergonha", "Poder", 27/3). É exatamente a mesma surpresa de todos os brasileiros. Como é possível que a Dilma, o Lula e todos no Planalto desconheçam o maior esquema de corrupção do país, na maior empresa brasileira?
LEONIDAS RONCONI (São Paulo, SP)
Mensalão tucano
Mensalão tucano parado e prestes a prescrever após STF se livrar do caso ("Caso do mensalão tucano está parado na Justiça de Minas", "Poder", 27/3). Cartel do Metrô tratado como problema das empresas, apesar de haver tucano com conta milionária na Suíça. Lava Jato não investiga o governo FHC e deixa de fora políticos do PSDB citados por Youssef. Parte da mídia blinda o tucanato, criminalizando o PT por toda a corrupção. E todos fingem que vivemos num país onde a Justiça é cega, a mídia imparcial, os empresários honestos, a oposição santa e o povo esclarecido.
CRISTIANO REZENDE PENHA (Campinas, SP)
Operação Zelotes
Desvio no Ministério da Fazenda atenuando ou anulando pagamentos não surpreende ("Quadrilhas sonegaram R$ 6 bi, diz PF", "Mercado", 27/3). Com impostos escorchantes, todos procuramos uma válvula de escape.
NEWTON B G DE OLIVEIRA (São Paulo, SP)
Greve dos professores
Os professores paulistas do ensino fundamental e médio da ativa não devem se iludir com bônus, que não se incorpora aos vencimentos. Na inatividade, ficarão como os aposentados do INSS, com menos ganhos. Não terão proventos dignos como os professores universitários. Se alguns consideram absurdos os 75% pleiteados, 0% também não é razoável. Ademais, o nosso governador estabeleceu um aumento de 9% para o salário mínimo de 2015, o que desvalorizou mais o salário do magistério.
ILDEFONSO DE PAULA OLIVEIRA (Amparo, SP)
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Maria Izabel Noronha (Painel do Leitor, 27/3) diz ser "intransigente" o governo que recebeu o sindicato, que ela própria preside, em quatro oportunidades só este ano. Em outras 37 reuniões, a mesma gestão discutiu o plano de carreira, hoje implantado, mas do qual a missivista nega a existência. Mais do que para informar sobre a concessão de reajuste de 45% à categoria, a evolução funcional e a bonificação histórica por mérito, a secretaria usa este espaço para reforçar que o diálogo norteia suas ações. A pasta, no entanto, não pode pactuar com uma ação que, para inflar o movimento, incentiva os pais a não levarem seus filhos para a escola, privando-os assim do direito incontestável de aprender.
RONALDO TENÓRIO, assessor de imprensa da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)
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O assessor Ronaldo Tenório, citando meu nome, afirma que o índice de 96% de comparecimento dos professores nesta semana é baseado em dados oficiais (Painel do Leitor, 27/3). Ao procurar desmentir tal índice em minha carta anterior, eu me referia a dados reais, comprovados na vivência do momento e em contato com colegas de outras regiões. Ao me referir a colegas, não digo sindicato, mas, sim, professores que, como eu, lutam por uma melhora real e significativa na educação sem que se maquiem tais "dados oficiais" com uma política de distribuição de bônus, mas zero reajuste salarial.
MARCELO DE GODOY DOMINGUES (Avaré, SP)
Zé Bonitinho
Se Susanna Lira me permitir, acrescento alguns dados ao seu belo e delicado artigo sobre Zé Bonitinho ("Jorge Loredo forjou sedução e beleza, e todos caímos na dele", "Ilustrada", 27/3). Tive oportunidade de assistir a uma atuação na qual ele imitava e ironizava artistas dos musicais da Broadway e de Hollywood (de cartola e casaca) e demonstrava ser um excelente e versátil humorista. Também tive oportunidade de conhecê-lo e me surpreender com sua personalidade. Figura tranquila e agradabilíssima, em nada lembrando o personagem caricato que o celebrizou. E, por ser um bom advogado previdenciário, ele ajudou dezenas de colegas no momento da aposentadoria. Se, para o grande público, sobram lembranças hilárias dessa figura, para muitos de seus colegas, inesquecível gratidão.
JÚLIO MEDAGLIA, maestro (São Paulo, SP)