Painel do Leitor
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Crise da água
A Folha perdeu a oportunidade de perguntar ao secretário de Recursos Hídricos o que se faz com relação ao racionamento e economia no uso da água nos setores industrial, agrícola, comercial e de serviços ("O que preferem: o rito ambiental ou trazer água para a população?", "Entrevista da 2ª", 30/3). Esses setores respondem por mais de 80% do consumo, sendo, portanto, muito mais relevantes as medidas aplicadas no segmento do que as referentes ao uso doméstico, que consome pouco mais de 10%. O foco está na direção errada ou não convém tocar na parcela mais importante do problema?
EVANDRO FERRAZOLI RIBEIRO (São Paulo, SP)
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Como estudante de engenharia, achei excelente e muito esclarecedora a entrevista do secretário de Recursos Hídricos e professor da Poli, Benedito Braga. Apesar da enorme pressão, o governador Alckmin tem mostrado que estava correto ao não decretar o rodízio no ano passado. As medidas pensadas até agora, salvo problemas pontuais, surtiram o efeito necessário, provando que, para governar, é preciso sangue-frio e muita confiança. Que continuem vindo as chuvas!
RAFAEL GANZERLI AUA (São Paulo, SP)
Projeto de poder
Ler Aécio Neves sobre corrupção e, sobretudo, intolerância na política ("Silêncio", "Opinião", 30/3) é desanimador por inúmeros motivos. Um deles é que o seu partido (PSDB) está sendo representado nas ruas por muitos intolerantes, que demonstram seu ódio contra o PT, Dilma e o governo. O que Aécio protagonizou na campanha eleitoral também foram ódio e desrespeito com a presidente e a sociedade. Ele critica o tal projeto de poder na política brasileira --o que o PSDB faz em São Paulo já há mais de 20 anos.
ROBERTO GOMES DA SILVA FILHO, professor (São Paulo, SP)
USP
O imenso mundo da USP se depara com o pequeno mundo do reitor Zago ("A USP é tudo isso?", Tendências/Debates, 29/3). Desde a posse administrativa, não há um fato relevante que justifique sua atuação perante a crise atual da USP. Centrado em si, apenas se vangloria de avaliações externas e parece desconhecer a necessidade de mudança do estatuto vigente, promulgado em 1969, à sombra da ditadura. Em contrapartida, a comunidade uspiana clama por mudanças que qualifiquem a USP como universidade crítica, democrática e pública.
ROBERTO DELUCIA, professor da USP (São Paulo, SP)
Leão Serva
O colunista Leão Serva comete uma grave injustiça ao fazer generalizações, dizendo que há "contaminação de cooperativas pelo crime" ("A ciclovia escondeu o ônibus", "Cotidiano", 30/3). Investigações exaustivas do Ministério Público e da Polícia Civil isentaram dessa suspeita várias cooperativas que atuam no sistema de transporte em São Paulo --entre as quais a Cooper Pam, que tem a melhor avaliação do setor segundo a própria SPTrans e seus dirigentes.
JOSÉ NIVALDO SOUZA AZEVEDO, advogado, membro da Cooper Pam (São Paulo, SP)
Joaquim Levy
É feliz a afirmação do ministro de que a presidente Dilma tenta acertar, mas não o faz da maneira mais fácil e eficaz ("Dilma nem sempre age de forma eficaz, afirma Levy", "Poder", 29/3). O deputado Paulo Teixeira (PT) tomou as dores de Dilma e repetiu que Levy foi infeliz. Ao contrário, o ministro foi muito conveniente porque falou a verdade, e a verdade, segundo Kant, é um prazer subjetivo, motivo pelo qual acredito que a afirmação foi bela. Contra a beleza não há argumento plausível, assim como não há contra a afirmação de Levy.
MÁRIO NEGRÃO BORGONOVI (Rio de Janeiro, RJ)
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Respeito a opinião de todos, mas é intolerável o que o senhor Janio de Freitas nos proporcionou em "Desajuste" ("Poder", 29/3). Atribui a ações de Dilma e Levy os resultados péssimos da economia, emprego etc. de janeiro e fevereiro. Nada do que tivesse sido feito pelo "neoliberal" Levy, a partir de janeiro, poderia causar impacto no próprio mês e em fevereiro. O senhor Janio destila suas ideias tão sectárias e retrógradas quanto às dos viciosos conservadores brasileiros.
LUCIANO ALMENDARY (São Paulo, SP)
Zelotes
A operação Zelotes movimenta um montante potencial de desvio três vezes superior ao da Lava Jato. Há grandes bancos e empresas envolvidos. Entende-se que a pressão dos implicados para abafar a exposição na mídia seja muito maior que a da Lava Jato. No entanto, num momento em que todos os brasileiros são chamados a cooperar com o governo para sanear as combalidas finanças, não é possível silenciar ou mesmo dar menor exposição a um caso tão expressivo em valor renunciado aos cofres públicos.
SERGIO HOLL LARA (Indaiatuba, SP)
Beijo gay
Um dia, explicarei ao meu filho, que hoje tem quatro anos, o que significa um beijo entre duas senhoras, mas não tenho a intenção de antecipar-lhe isso ("Muito mais que um beijo", "Ilustrada", 29/3). Ele não assiste a novelas, a nenhuma delas. A quem não quer ver cenas desse tipo basta mudar de canal. Já para os que permitem a crianças assistir a folhetins, o que falta é bom senso.
MARCELO MELGAÇO (Goiânia, GO)
Gregorio Duvivier
Sem pé nem cabeça a crônica do Duvivier ("Bíblia secreta - parábolas apócrifas", "Ilustrada", 30/3). A maconha ocasiona em certas pessoas que a usam um quadro psiquiátrico. Sorte dos que não o têm e que muitas vezes fazem apologia do uso da droga.
INÊS C. DOS SANTOS MODELLI (Brasília, DF)
fn 1964. Obrigada, 1964, pelo FGTS (governo Castello Branco), PIS e Pasep (governo Médici), FGTS para trabalhadores rurais (governo Figueiredo), INPS, BNH, BCB, Ministérios dos Transportes e das Comunicações, Embratel, educação, pleno emprego. Pelos presidentes estadistas Castello Branco e Ernesto Geisel. Pela infraestrutura e industrialização. Obrigada do nosso povo por ter sido a oitava economia do mundo.
MARLI MIRA HOELTGEBAUM (São Paulo, SP)