Painel do Leitor
A seção recebe mensagens por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al. Barão de Limeira, 425, São Paulo, CEP 01202-900). A Folha se reserva o direito de publicar trechos.
-
Transparência
O editorial "Receita de fraude" ("Opinião", 31/3) é irretorquível. Aliás, a ausência de transparência no Carf é tamanha, que o nome do advogado do contribuinte é deliberadamente omitido nas intimações das pautas de julgamento (art. 55 do Regimento Interno do Carf). Trata-se de odioso ardil para dificultar o acompanhamento da sessão e a realização de sustentação oral.
MÁRCIO CAMARGO FERREIRA DA SILVA (São Paulo, SP)
-
O editorial sustenta que a descoberta de esquema bilionário de sonegação fiscal reforça necessidade de aumentar mecanismos de controle e transparência, ou seja, defende aumentar a estrutura e os recursos aportados para o próprio órgão que ensejou fraudes. A raiz da corrupção está em um sistema estatal ensimesmado, aparelhado e corrupto, que está asfixiando a sociedade e sepultando até mesmo ideais outrora nobres. Não adianta expandi-lo, pois o desvio está no cerne da sua existência.
AIRTON REIS JÚNIOR (São Paulo, SP)
Petrobras
Diante da crise de corrupção na Petrobras e de ajustes propostos nas contas pelo governo em função de sua péssima situação financeira, é hilariante propor aumento de salário aos dirigentes ("Petrobras quer reajuste de 13% para chefes", "Mercado", 31/3). Nas estatais federais, os cargos ocupados preponderantemente por sindicalistas gozam de remunerações invejáveis e incompatíveis com a miserável realidade brasileira. O povo continua morrendo nas filas do atendimento da saúde, mas os dirigentes estão cada vez mais ricos.
JOÃO ANTÔNIO LEITE (Brasília, DF)
Lula
Lula reclama do sentimento de ódio ao PT que ele identifica na sociedade ("Lula pede luta contra 'agressividade odiosa'", "Poder", 31/3). O que ele quer que se sinta por um partido que negou suas origens, mente permanentemente, implantou um esquema generalizado de corrupção, trata os que com ele não concordam como "elite branca e exploradora", estimula invasões e depredações, desorganizou a economia, aparelhou o Estado, quer censurar a imprensa e alinha-se com as ditaduras do mundo? O PT semeou ódio e está colhendo ódio.
ROBERTO DOGLIA AZAMBUJA (Brasília, DF)
Mensalão tucano
Registro protesto contra o editorial de 30/3 ("Justiça tarda e falha", "Opinião"). Reitero que nunca houve mensalão tucano. A campanha de 1998 não foi alimentada por empréstimos fictícios --os que existiram foram legais, quitados e não foram assinados por mim ou alguém do PSDB. Nesse processo, o único documento que poderia me incriminar é a cópia de um suposto recibo, com a falsificação de minha assinatura, forjado por um falsário já condenado pela Justiça. Tenho 66 anos e jamais trabalhei para que houvesse prescrição dos crimes pelos quais sou injustamente acusado. Meu interesse sempre foi comprovar minha idoneidade --já atestada pelos mineiros em mais de duas décadas de vida pública.
EDUARDO AZEREDO, ex-governador de MG, ex-senador e ex-deputado federal (Belo Horizonte, MG)
1964
Fico estarrecido com a publicação dos comentários de Marli Mira Hoeltgebaum (Painel do Leitor, 31/3) a favor da ditadura militar. Pessoas como ela só podem emitir sua opinião por justamente estarem sob um regime democrático. No Brasil, não é a mentira, mas a memória que tem pernas curtas.
FRANCISCO CREMONESE (São Paulo, SP)
-
Fiquei estupefato com a missiva enaltecendo os "feitos" dos governos do nefasto regime militar. Por conta de muito sangue, suor e lágrimas, vivemos numa democracia, que possibilita aos nossos patrícios até o direito de externarem o desejo da volta de militares no comando da República Federativa do Brasil.
JOÃO PAULO DE OLIVEIRA, professor e coordenador pedagógico aposentado (Diadema, SP)
-
Domenico De Masi lembra que o criativo erra nove vezes e acerta uma. Mas, quando acerta, vale-se por todas as demais tentativas. Então, se Angeli e Laerte carecem de criatividade, como sugeriram dias atrás alguns leitores neste espaço, o que dizer da charge da cartunista Laerte na página A2 ("Opinião", 31/3)? Gol de placa!
LUÍS CÉSAR SCHIAVETTO, professor (Poços de Caldas, MG)
Metrô
A reportagem "Trem-Fantasma" ("Cotidiano", 31/3) ignora que o monotrilho da Linha 15, transporte novo e inédito no Brasil, esteja em testes. O título é sensacionalista e não tem lógica dada a condição atual do trecho, que opera em fase de visita controlada e gratuita. São erradas também as informações sobre falha no projeto e paralisação das obras. A questão das galerias pluviais foi identificada no projeto básico e a solução no projeto executivo. As obras de correção do córrego serão iniciadas já em abril. As demais obras da extensão da Linha 15 estão em andamento e não há paralisações. O infográfico que ilustra a matéria deixou de apresentar as novas linhas 6 e 18. São sete grandes empreendimentos do Metrô, que acrescentarão 104,5 km de trilhos à rede.
ADELE CLAUDIA NABHAN, chefe do departamento de imprensa do Metrô (São Paulo, SP)
RESPOSTA DO JORNALISTA ARTUR RODRIGUES - A reportagem afirma que os trens estão em testes. A construção de estações está paralisada por erros no projeto --galerias de água que passam embaixo do local das obras terão de ser remanejadas.
Cingapura
Sobre a coluna "O ditador que deu certo" ("Mundo", 24/3), do senhor Clóvis Rossi, gostaria de abordar uma afirmação factualmente incorreta no segundo parágrafo do texto, onde é dito que "...Lee Kuan Yew retirou-se em 2011, deixando seu filho no poder...". O senhor Lee Kuan Yew foi primeiro-ministro de Cingapura de 1959 e 1990. O senhor Lee foi então sucedido pelo senhor Goh Chok Tong, que atuou como primeiro-ministro até 11 de agosto de 2004. O senhor Lee Hsien Loong, nosso atual primeiro-ministro, foi democraticamente eleito e tomou posse em 12 de agosto de 2004.
TAN LIAN CHOO, chefe de missão da Embaixada de Cingapura (Brasília, DF)
NOTA DA REDAÇÃO - O dado foi corrigido na seção "Erramos" de 31/3.