Painel do Leitor
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Articulação política
Falta articulação no governo, falta liderança da presidente, falta diálogo da base do governo e falta direção estratégica ao país. A presidente esgotou todas as alternativas de manter a governabilidade ao indicar o vice-presidente da República para garantir o apoio do Congresso ("Dilma transfere ao vice a articulação do governo", "Poder", 8/4). Se não der certo, sem intermediários: primeiro-ministro já!
LUIZ ROBERTO DA COSTA JR. (Campinas, SP)
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Não há quem não conheça a expressão "tiro no pé". Foi isso que fez a presidente Dilma Rousseff ao escalar o vice-presidente Michel Temer para a articulação política. Pior ainda, na verdade, o tiro ricocheteou e acertou em cheio na testa de Temer.
JOSÉ MARQUES (São Paulo, SP)
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Se o papa Bento 16 fez um grande gesto ao renunciar ao papado, por que a nossa presidente, Dilma Rousseff, até agora não teve a coragem de fazer o mesmo, tendo em vista que não tem mais saída? Entregue o bastão para o vice. Seria um grande favor a todos nós, brasileiros.
ANGELO BRETAS BHERING (Belo Horizonte, MG)
Transgênicos
Lamentável que, entre os autores de "Ciência, sociedade e a invasão da CTNBio" (Tendências/Debates, 8/4), estejam a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e o presidente da Academia Brasileira de Ciências. Como dirigentes de entidades representativas, eles não deveriam assumir posições "oficiais" sobre questões tão delicadas e polêmicas, como a dos organismos geneticamente modificados, da forma como fizeram. É um desrespeito aos cientistas.
JOSÉ MARIA ALVES DA SILVA, professor titular da Universidade Federal de Viçosa (Viçosa, MG)
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Indignar-se contra a truculenta invasão da CTNBio é narrativa que amputa truculências praticadas pela comissão e seus ativistas e entusiastas pró-OGM: contrabando e plantio de sementes proibidas, decretos ridículos (transgênico no decreto de FHC deixou de sê-lo no lulopetista e vice-versa), truculência do professor Colli em audiência no Senado e agentes de biotecnologia assinando como de biossegurança. É o tempo de corrupções descaradas, narrativas cínicas, violações de direitos, instituições líquidas, real assassinado e truculências por todo lado.
LUIZ EDUARDO R. DE CARVALHO, professor da UFRJ (Rio de Janeiro, RJ)
Redução salarial
Na seção "Há 50 anos", o presidente de República mandava ao Congresso projeto que reduzia seu próprio salário em 20% ("Presidente manda ao Congresso projeto de lei para reduzir salários", "Cotidiano", 7/4). Será que teremos outro chefe do Executivo que tenha amor a este país e principalmente honre o seu povo e nos dê bons exemplos? Espero estar enganado, mas acho que isso dificilmente ocorrerá.
CARLOS ALBERTO MATTIUZZO (São Joaquim da Barra, SP)
Maioridade penal
Causa perplexidade a presidente Dilma ter opinado contra a redução da maioridade penal ("Presidente opina contra redução da maioridade penal", "Poder", 8/4). Os "apenas" 10% de crimes cometidos por menores não são argumento para defender a impunidade de menores: a redução não atingirá os adolescentes que cumprem a lei penal. Quem respeita a lei jamais será atingido pela redução.
NELI APARECIDA DE FARIA, advogada (São Paulo, SP)
Terceirização
A regularização da terceirização no Brasil representa uma recuperação do atraso existente na legislação trabalhista. Os protestos são incompreensíveis e fora do tempo ("Protesto deixa oito feridos em Brasília; em SP, adesão foi baixa", "Mercado", 8/4). No entanto o excesso de regulamentação em relação ao que pode e ao que não pode ser terceirizado, bem como transferir para a empresa contratante o ônus da fiscalização quanto ao cumprimento das obrigações sociais e fiscais, aumenta ainda mais a já complexa legislação e não contribui para a melhoria da produtividade e competitividade.
LADISLAU CID, economista (São José dos Campos, SP)
Charge
Imputar a um policial, de maneira genérica, a pecha de truculento é uma coisa. Agora, a de homicida de crianças já é demais. Totalmente infeliz a charge de 8/4 ("Opinião"). Errou feio o cartunista ao caricaturar uma classe profissional que em sua maioria ama o que faz e defende a população com o sacrifício da própria vida, se for necessário.
MAURÍCIO GOMES DOS SANTOS, (São Paulo, SP)
Educação
Muito boa a reportagem "Da favela à FGV" ("Cotidiano", 8/4), sobre Daniela e Fábio, que, contra todas as probabilidades, ingressaram em várias escolas da elite. Enquanto isso, Guilherme Boulos, filhinho de papai, brinca de sem-teto e atazana a vida de quem estuda e trabalha, como os dois jovens e outros que perdem horas no transporte público.
MILTON AKIRA KIYOTANI (São Paulo, SP)
Estado laico
Fiquei satisfeito quando vi em um jornal de grande circulação alguém com coragem de escrever que "o próprio Deus (dos judeus e cristãos) não me parece uma figura que deva servir de exemplo para ninguém" ("Justificativa injustificável", "Opinião", 8/4). Com certeza, muitos cristãos abriram o Tanakh para conferir e torçamos para que muitas pessoas, incluindo políticos, reflitam sobre a laicidade do Estado.
ALOISIO MOREIRA (Belo Horizonte, MG)
Classe média
Sobre "Viva a classe média" ("Poder", 4/4), a tese de Demétrio Magnoli sobre a diversidade sociológica das classes médias é por demais filosófica. Por quem ele advoga? A classe média referida por Marilena Chaui é a mesma mencionada por Luiz Fernando Vianna ("O sangue escorre ao lado", "Opinião", 6/4).
GABRIEL DE SOUSA COELHO (São Paulo, SP)