Painel do Leitor
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Segundo mandato
Dilma Rousseff não é mais presidente do Brasil. Depois de um primeiro mandato desastroso, depois de fazer vista grossa à roubalheira na Petrobras, depois de praticar uma campanha eleitoral das mais rasteiras da história deste país, depois de terceirizar o comando da economia e da articulação política com o Congresso, depois de sucessivas demonstrações de bagunça em seu governo, sem apoio do povo e de sua própria base aliada, sua autoridade não existe mais. Só lhe resta uma atitude de dignidade e caráter: a renúncia.
LUÍS GONZAGA BATAGIN (Capivari, SP)
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Ao ver as ações do PMDB na atual gestão de Dilma ("PMDB da Câmara ensaia impor nova derrota ao governo", "Poder", 9/4), vem-me à mente um corpo em estado de putrefação (governo Dilma/PT) sendo devorado por milhares de vermes (peemedebistas interesseiros, como sempre). Como testemunhas, boquiabertos, mais de 200 milhões de brasileiros veem seu destino tratado como algo desprezível. Somos, por culpa ou não, vítimas de quem colocamos no governo do país.
OTAVIO BARBOSA (São Paulo, SP)
Maioridade penal
Dante Ferrasoli me entrevistou por telefone para saber minha posição sobre a PEC que pretende redução da maioridade penal. Fui enfático --repetindo várias vezes-- que sou contra a redução generalizada da idade para responsabilidade penal, esclarecendo que sou favorável à ideia do projeto do senador Aloysio Nunes (PSDB) de dar tratamento penal e prisional diferenciado a menores que tenham cometido crimes hediondos e reincidência em crimes violentos. Da maneira como fui citado em "Especialistas divergem sobre efeito da redução da maioridade penal" ("Cotidiano", 9/4) fiquei posicionado como favorável ao projeto.
JOSÉ VICENTE DA SILVA FILHO (São Paulo, SP)
NOTA DA REDAÇÃO - Leia Erramos.
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O suposto fato de a bancada querer só desviar a atenção de outros assuntos não diminui a importância do tema ("A bancada do medo", "Opinião", 7/4). Vale lembrar que não devemos confundir responsabilização penal com regime carcerário. É questão de justiça que todos aqueles que são capazes de entender o caráter ilícito de seus atos respondam por eles. O tema chega ao plenário da Câmara com atraso.
GRAZIELA LEITE COLARES (Belém, PA)
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Mais do que nunca, a redução da maioridade penal se impõe. Não para 16 anos, como se pretende, mas para 14. Recentemente, num seminário sobre direito penal a que compareci em Roma, causou espanto a revelação de que no Brasil os menores de 18 anos são inimputáveis. "Mas os brasileiros até os 18 anos não sabem o que fazem? São selvagens?", perguntaram.
ARSONVAL MAZZUCCO MUNIZ, advogado (São Paulo, SP)
CTNBio
Acho procedente que os presidentes da SBPC e da Academia Brasileira de Ciências, com o professor Walter Colli, tenham expressado preocupação e indignação com atos de truculência contra os membros da CTNBio ("Ciência, sociedade e a invasão da CTNBio", Tendências/Debates, 8/4). As decisões da comissão consideram laudos de pesquisadores e especialistas de diferentes áreas, portanto cientistas com posição de relevo, como os signatários do artigo, podem e devem expressar sua opinião. Quem for contra também o faça, mas de maneira civilizada e democrática.
JOSÉ FRANCO DA SILVEIRA FILHO, professor da Escola Paulista de Medicina - Unifesp (São Paulo, SP)
Uber
Não espanta que um governo retrógrado queira proibir o Uber, ("Sob pressão de taxistas, SP promete cerco a aplicativo de 'carona paga'", "Cotidiano", 9/4). É a mesma mentalidade tacanha que nos condena a ser servidos por frentistas em postos de gasolina em lugar do autosserviço, impondo às empresas o pagamento de mais salários e encargos. O nome disso é o famoso "custo Brasil".
JOSÉ CRETELLA NETO, advogado (São Paulo, SP)
Terceirização
Por que entre o trabalhador e o empregador precisa existir um intermediário que ganhará dinheiro à custa do seu trabalho? ("Em derrota do governo, Câmara aprova projeto sobre terceirização", "Mercado", 9/4). Já não basta o tanto de impostos e contribuições, ainda teremos que pagar o lucro daquele que intermedeia nosso emprego?
MARCILIO TEIXEIRA (São José dos Campos, SP)
João Pereira Coutinho
Muito boa a análise de João Pereira Coutinho sobre a mediocridade e o carreirismo no meio acadêmico desde que se elegeram os tais "indicadores de desempenho" (leia-se: "publicações") como critério quase único para a avaliação de docentes e instituições ("Falando de marionetes", "Ilustrada", 7/4). Temo, porém, que a "manada de nulidades que reciclam e publicam o mesmo pedaço de lixo vezes sem conta só para pontuarem no autódromo da academia" esteja, infelizmente, presente em todas as áreas, não só nas ciências humanas.
NICOLA GETSCHKO, professor da Escola Politécnica da USP (São Paulo, SP)
Contardo Calligaris
A coluna de Contardo Calligaris é um convite para deixarmos a superficialidade no principal dilema apresentado e olharmos um pouco mais fundo ("Quando o certo custa caro", "Ilustrada", 9/4). Ainda que concluíssemos que Eduardo foi vítima do tráfico, não poderíamos resistir a questionar quem está de modo estúpido dando as condições para a sua existência. Ora, o Estado, com sua "guerra às drogas", a qual não se legitima de um ponto de vista da autodeterminação dos indivíduos e também não alcança qualquer sucesso em amparar a saúde pública. Só produz mais dor e sofrimento.
ROBERTO LUIZ CORCIOLI FILHO, juiz de direito (São Paulo, SP)