Painel Do Leitor
A seção recebe mensagens por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al. Barão de Limeira, 425, São Paulo, CEP 01202-900). A Folha se reserva o direito de publicar trechos.
Protestos no país
A quantidade projetada de participação popular no último domingo (12) de maneira alguma diminui a importância ou reduz a insatisfação dos brasileiros com o atual momento da política interna, que se encontra em rota de colisão com as demandas sociais e econômicas, com sérias consequências no cotidiano dos brasileiros ("Ato reuniu 100 mil na Paulista, diz Datafolha", "Poder", 13/4). Os movimentos populares causaram imenso desconforto nos ministros e líderes políticos que até então entendiam, pelo seu histórico de lutas, que possuíam a exclusividade de organizarem movimentos de massa articulados e com apoio da elite das centrais sindicais.
Hélio Pilnik, economista (São Paulo, SP)
Infelizmente, a contagem de público do Datafolha, confiável, se restringe a São Paulo. Temos que "acreditar" no total de 700 mil participantes no país, apresentado por muitos como cifra impressionante. Esse número corresponde a menos de 0,50% do eleitorado brasileiro e a menos de 0,35% da população do país. Não fosse o estardalhaço feito pela imprensa, todo mundo veria que foi pouquíssimo representativo.
Udovaldo J. Eid (Curitiba, PR)
Acho injusto o libelo contra a classe média feito pelo colunista Luiz Fernando Vianna ("Vitória Parcial", "Opinião", 13/4). A classe média não desconhece a história brasileira, não menospreza a democracia nem é seguidora incondicional dos grupos de comunicação. A classe média tem valores e os defende --o principal é o trabalho. Nos países avançados, ela teve papel fundamental no desenvolvimento econômico.
Laercio Lessa, economista (São Paulo, SP)
Será que os manifestantes carnavalescos do domingo passado sabem que está sendo deflagrada pela Polícia Federal a Operação Zelotes, caracterizada por um esquema de propina cujo rombo nos cofres da Receita ultrapassa duas vezes o apurado na Petrobras? Se fossem petistas...
Karen Schettino (Nova Lima, MG)
Interessante a coluna de Clóvis Rossi ("Classe média à la carte", "Mundo", 14/4). Diz: "Você pode amar ou odiar a classe média, mas pegar dela apenas o pedaço que lhe agrada é desonesto". Rossi se refere à estigmatização que estão querendo impor sobre essa faixa da população, tirando a sua legitimidade. Fazer isso é o jogo do Lula, que está empobrecendo todo mundo e tenta colocar uma classe contra a outra.
Jaime Pereira da Silva (São Paulo, SP)
Parabéns a Janio de Freitas pelo artigo "A alegre política" ("Poder", 14/4). Essas encenações alegres e raivosas das recentes manifestações se traduzem em demandas desconexas, despolitizadas e, por vezes, aviltantes, ao admitirem o retorno da ditadura militar. "Fora, Dilma!". E daí? A maioria nem sabe ou nem quer saber o que virá. Talvez o impulso maior dessa saída às ruas seja o ódio mortal entre estas duas fações partidárias: PT e PSDB.
Anete Araujo Guedes (Belo Horizonte, MG)
Financiamento eleitoral
O deputado Ivan Valente ("Petrobras e financiamento de campanha", Tendências/Debates, 14/4) é de uma desfaçatez absurda. Acha que a causa de todos os males do país é o financiamento empresarial, e não a falta de ética da sua classe. Porque eles nos roubam diariamente sem moral alguma, passaremos nós, cidadãos brasileiros, a pagar a conta das campanhas? Acabem com as doações e aí veremos o verdadeiro achaque às estatais. Tenham vergonha na cara e nada precisará ser proibido.
Rodrigo Blas (São Paulo, SP)
O lobo perde o pelo, mas não perde o vício. O deputado Ivan Valente parece que ainda não se desprendeu das ideias de seu antigo partido, o PT, ao tentar arrastar o PSDB para dentro do lamaçal do petrolão. Com a devida vênia, excelência, os três partidos com representantes para assaltar a Petrobras, segundo delação premiada de Paulo Roberto Costa, são PT, PMDB e PP.
Antonio Augusto de Castro Oliveira (Osasco, SP)
Tercerização
Engraçado o texto "Fuzilamento", de Vladimir Safatle ("Opinião", 14/4), atribuindo somente à Câmara dos Deputados a terceirização dos empregos. Onde ele coloca a atuação da presidente, que disse que não permitiria perda de direitos trabalhistas "nem que a vaca tussa"?
Jarvis Viana Pinto (Ribeirão Preto, SP)
Vladimir Safatle foi ingênuo ao acreditar que os trabalhadores, ao sentirem os efeitos da terceirização, irão reconhecer no presidente da Câmara, ou nos deputados que a aprovaram, a responsabilidade pelos resultados da medida. Passados alguns anos, o aumento do desemprego e a queda da renda dos trabalhadores serão atribuídos à presidente da República, pois não se fará a necessária relação entre os fatos. Até por isso, a aprovação de tal medida é covarde. Empresários e congressistas sabem que não serão responsabilizados pelos resultados, e que, no fim, a culpa será sempre da presidente.
Roberto Lourenço (Jaboticabal, SP)
Profecia jornalística
Extraordinariamente animadora a coluna "Sem chance de errar" ("Opinião", 13/4). Diante das dificuldades atuais, Valdo Cruz nos brinda com a profecia de que tudo vai piorar, o desemprego vai aumentar, a inflação seguirá em alta e o país vai desacelerar ainda mais, ingredientes que vão azedar o humor dos brasileiros. O que há de alvissareiro nisso é que, em geral, a análise de muitos dos nossos jornalistas é calcada mais no subjetivo do que no objetivo. Reside aí nossa esperança: o costumeiro reverso da profecia jornalística.
Elisabeto Ribeiro Gonçalves (Belo Horizonte, MG)
Eduardo Galeano
Todos deveriam ler o livro "As Veias Abertas da América Latina" para entender o nosso subdesenvolvimento e o papel dos europeus, americanos e elites locais no nosso atraso ("Morre Eduardo Galeano, ídolo da esquerda mundial", "Ilustrada", 14/4).
Suely Rezende Penha (Campinas, SP)