Painel do Leitor
PETROBRAS
O PT de outrora bradou tanto contra as "privatizações tucanas" e, ao chegar ao poder, privatizou a Petrobras para si próprio e fez tudo isso que estamos vendo ("Corrupção e má gestão levam Petrobras ao prejuízo pela primeira vez desde 1991", "Mercado", 23/4). Sorte do Brasil que outras empresas foram desestatizadas antes de 2003.
Márcio P. Lauretti (Socorro, SP)
Os responsáveis pelo petrolão, tal como ocorreu com o mensalão, foram os maus políticos que tomaram conta do país desde 2003, como ficou provado na ação penal 470 e na Operação Lava Jato, cujos processos já levaram às prisões políticos e empresários. Os governos de plantão, mancomunados com empresários desonestos, levaram a Petrobras, da qual sou pequeno acionista, ao fundo do poço. Lamentavelmente, os maiores responsáveis por essa trágica lambança vão ficando incólumes, para revoltante desalento dos brasileiros de bem.
Gilberto Amado Pereira Alves (Brasília, DF)
Bastou um biênio, 2013/2014, para que 23 anos de lucros e 22 anos de distribuição de dividendos fossem interrompidos. Lucro de R$ 23,6 bilhões virou prejuízo de R$ 21,6 bilhões. Propinas: R$ 6,2 bilhões. Baixa contábil: R$ 44,6 bilhões. Cadê conselheiros, diretores, presidente e demais políticos, esse algozes do nosso patrimônio? Entregamos o Brasil à própria sorte ou exigimos a apuração de responsabilidades e o cumprimento de penalidades por parte dessa turma?
Jorge Diogo Parada de Freitas (São Paulo, SP)
FUNDO PARTIDÁRIO
Enquanto o governo corta verbas na educação, na saúde e na infraestrutura, nossos representantes no Congresso deveriam dar o exemplo de austeridade e renunciar ao aumento do fundo partidário nesta hora em que todo o país passa por dificuldades ("PMDB diz que devolve parte de seu fundo partidário", "Poder", 23/4). Devemos ficar atentos para a próxima eleição desses representantes no Congresso.
Rosane Caminhoto Rotondo (Londrina, PR)
IMPEACHMENT
O processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff não é possível sem provas, mas o julgamento deve se dar também na esfera política. Apesar de não caber ao PSDB buscar provas contra Dilma, como membro do PSDB rechaço a passividade à espera de desdobramentos da investigação. Politicamente, as suspeitas sobre a presidente são tão evidentes que o ônus da prova cabe a ela. Agora que o governo federal ensaia a rearticulação com o Congresso e tem membros do Supremo simpáticos à causa, o PSDB deve expor sua posição contrária ao pouco-caso deste governo. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Mario Covas Neto, vereador pelo PSDB-SP (São Paulo, SP)
VELHINHA DE TAUBATÉ
Concordo com o artigo de Ruy Castro "A volta da Velhinha" ("Opinião", 22/4). A "Velhinha de Taubaté" não só é imortal como continua votando e elegendo os governantes que aí estão.
Carlos Gonçalves de Faria (São Paulo, SP)
DELAÇÃO PREMIADA
Sobre a reportagem "Publicitário suspeito de pagar propina vira delator" ("Poder", 23/4), gostaríamos de esclarecer que a foto não é do publicitário Ricardo Hoffmann; não houve ainda nenhuma reunião com o Ministério Público Federal, logo, não há acordo para ser assinado nos próximos dias; ainda não há definição sobre a estratégia de defesa, da opção --ou não-- pela delação premiada.
Marlus Arns, advogado de defesa de Ricardo Hoffmann (Curitiba, PR)
RESPOSTA DO JORNALISTA MARIO CESAR CARVALHO - Três profissionais que atuam na Operação Lava Jato disseram à Folha que Ricardo Hoffmann já optou por um acordo de delação premiada. O pacto, segundo essas mesmas pessoas, deve ser assinado em breve. Sobre a foto, leia a seção Erramos abaixo.
AVIAÇÃO
A Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) informa que, ao longo de 2014, somente 1 de cada 11,5 mil passageiros transportados manifestou algum tipo de insatisfação com o serviço prestado ("Agências desreguladas", "Opinião", 21/4). Durante o ano passado, foram embarcados mais de 100 milhões de passageiros. Os dados são do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor, que integra processos e procedimentos relativos ao atendimento de consumidores nos Procons. Do total das notificações, em média 70% delas foram resolvidas entre as partes por acordo, sem a necessidade de instaurar uma ação para o caso.
Adrian Alexandri, diretor de Comunicação da Abear (São Paulo, SP)
CHARGE
O leitor Geraldo Oliveira Cordeiro Júnior recomenda "cuidado, muito cuidado" ao Laerte, pois há leitores que não gostaram de sua charge sobre Tiradentes (Painel do Leitor, 23/4). Devo lembrar-lhe que o que aconteceu ao "Charlie Hebdo" não faz com que tenhamos que gostar de todas as charges ou nos abster de criticá-las. Não há perigo algum.
Beni Sutiak (São Paulo, SP)
FILHO DE DESAPARECIDOS
Muito comovente a história de Pablo Gaona Miranda ("Renascido na Praça", "Mundo", 23/4), em que narra sua odisseia para descobrir sua verdadeira família após 37 anos vivendo como filho adotivo de pessoas que o receberam das mãos de um militar, em 1978. Apesar de sentir certa culpa, por saber que seus pais adotivos poderiam ser presos, caso descobrisse que era um dos "filhos de desaparecidos políticos", Pablo procurou as Avós da Praça de Maio, conhecendo, finalmente, sua verdadeira identidade. Parabéns, Pablo. Que sua história sirva de exemplo a outros filhos de desaparecidos políticos em todo o planeta, não só na Argentina.
Antonia Tavares de Souza (Vinhedo, SP)
Zeca Camargo
A coluna de Zeca Camargo é sempre uma surpresa ("Acidente geográfico", "Turismo", 23/4). É uma pena que ele escreva de duas em duas semanas. Seus textos fazem com que tenhamos cada vez mais vontade de viajar. Parabéns ao colunista.
Pedro Fernandes Soares (Itaperuna, RJ)