Painel do leitor
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Ajuste fiscal
Alguns ajustes de fato são necessários ("Planalto segura rebelião na base, e pacote fiscal avança", "Poder", 7/5). Porém a presidente aumenta impostos e coloca a economia em marcha a ré ao mesmo tempo em que reduz benefícios de uma classe que sempre pagou pela incompetência da classe política. Ou o Executivo e o Legislativo se unem e aprovam projetos que serão efetivamente benéficos para o país (trabalhadores e empregadores), ou decretaremos falência num futuro próximo.
Willian Martins, publicitário (Guararema, SP)
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É interessante como o governo e a Câmara aprovam medidas que afetam o setor produtivo da sociedade com facilidade, mas nem mencionam cortes nos benefícios do funcionalismo. Por exemplo, a pensão vitalícia que os militares deixam para as filhas, que nunca se casam oficialmente para não perdê-la. Ou a manutenção dos salários após a aposentadoria, como se estivessem na ativa, com todos os reajustes. Só o setor privado paga a conta, pelo jeito.
Marcos Bonassi, professor (São Paulo, SP)
Crise da água
Diferentemente do que informa a matéria "Oito indústrias de SP têm o dobro da água de toda a cidade de Campinas" ("Cotidiano", 3/5), as indústrias citadas têm outorga para captar até 8,3 m³/s. Campinas tem outorga para captar 5,1 m³/s, suficiente para o abastecimento local. As indústrias estão à jusante (depois) de Campinas e seu consumo não tem impacto no abastecimento público regional, como insinua a matéria. A concessão de outorga é criteriosa, considera a disponibilidade hídrica regional e respeita a legislação paulista que rege o uso da água, que dá prioridade ao abastecimento humano.
Grégory Melo, assessor de imprensa do DAEE (São Paulo, SP)
RESPOSTA DOS JORNALISTAS ARTUR RODRIGUES E FABRÍCIO LOBEL - Nessa carta, a assessoria do Daee enfim se manifesta, após ter sido questionada por quatro meses, inclusive via Lei de Acesso à Informação. A reportagem não fez insinuações e buscou dados em base pública de outorgas. Sobre o caso de Campinas, leia seção Erramos.
Panelaço
Que desperdício destacar moradores fazendo panelaço ("Primeira Página", 6/5)! Por que não colocar, por exemplo, a foto do André, deficiente físico ("A bicicleta do André", "Cotidiano", 6/5), montado em sua sonhada bicicleta? Quando a Folha irá despertar para incluir também em sua primeira página algo que sensibilize produtivamente o leitor, educando-o e transformando-o?
Antônio Carlos Simões, jornalista (Santos, SP)
Terceirização
O mesmo governo que reduziu impostos de automóveis e eletrodomésticos para aumentar o mercado interno e aquecer a economia agora se empenha para aprovar a terceirização dos empregos. A quem interessa a terceirização oficializada? Os países só crescem com o aumento do mercado interno. Há uma contradição ambulante no Alvorada.
Roldão Simas Filho, químico aposentado (Brasília, DF)
Educação
Caiu o secretário da Educação no Paraná ("Ação da PM no Paraná gera troca de acusações e crise no governo", "Poder", 7/5). Ter vindo da área da telefonia representa a falência do modelo político atual, no qual pessoas são nomeadas para cargos públicos de responsabilidade somente para atender alianças políticas. Gente em geral ignorante nos assuntos de suas pastas, o que prejudica áreas importantes da sociedade.
Emil Freddi (São Paulo, SP)
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Discordar de Vladimir Safatle ("Não seja professor", "Opinião", 5/5) é cômodo. Afinal, ele é um dos poucos que expressam seu apoio às greves dos sistemas públicos pelo Brasil. Se atentarmos para o quanto desaparecem os cursos de licenciatura, Safatle traduz a realidade. Perguntem aos alunos do sétimo ano do ensino básico ao terceiro ano do ensino médio quem quer ser professor. Não se surpreenderão.
José Luiz Vasconcellos, professor (São Caetano do Sul, SP)
Cargos públicos
Paula Cesarino Costa ("Estagiários e caronas", "Opinião", 7/5) tem toda a razão. Uma concertação nacional deveria ser feita para que os recursos públicos fossem equitativamente distribuídos entre as diversas carreiras de Estado, eliminando-se os privilégios absurdos. A insensibilidade de certos agentes públicos é calamitosa e nos indigna. Cada um deseja mais para si mesmo, enquanto professores e médicos estão à míngua.
Marly A. Cardone, professora e advogada (São Paulo, SP)
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Aproveito a discussão para ressaltar que o atual presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Fernando Capez (PSDB) --pasmem, oriundo do Ministério Público-- acaba de criar mais cem cargos comissionados (de livre nomeação).
Marcos Barbosa (Casa Branca, SP)
Dengue
Em fevereiro de 2012, apresentamos ao doutor Barbano (diretor da Anvisa) os resultados da vacinação de 900 voluntários norte-americanos, demonstrando que a vacina atingia 90% de resposta imune para cada um dos quatro sorotipos de dengue, e pedimos urgência para testar a fase 2-3 da vacina produzida no Butantan. A Anvisa fez exigências que foram contestadas; quatro novas exigências foram inventadas e 18 meses depois o ensaio da fase 2 foi autorizado. Entre abril de 2014 e abril de 2015, 969 mil casos de dengue foram notificados, com cerca de 1,5 milhão de dias de trabalho perdidos, criando um problema para os hospitais e para o INSS. Essa morosidade da Anvisa é estranha e precisa ser investigada.
Isaias Raw, ex-diretor do Instituto Butantan e presidente da Fundação Butantan (São Paulo, SP)
Futebol
Recomendo aos jogadores de futebol que assistam à Copa do Mundo de rúgbi, no segundo semestre. Terão a oportunidade de ver como é respeitosa a relação entre os jogadores de um esporte de contato e o árbitro ("Denunciado, Dudu pode pegar até um ano de suspensão", "Esporte", 7/5).
Lafaeti Tomasauskas Bataglia (Sertãozinho, SP)