Painel do leitor
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No chão
Em um mundo onde grassam sofrimento e dor, como se viu nas pungentes fotografias da "Primeira Página" (12/5), de pacientes moribundos espalhados pelo chão frio de hospitais públicos nordestinos, chega a ser pornográfico que a tal de Kim Kardashian tenha amplo espaço, também na "Primeira Página", para declarar que só tira selfie quando está perfeita. Certamente esses pobres seres humanos agonizantes seriam execrados pela fútil celebridade se ela soubesse que se deixaram fotografar sem estarem "perfeitos". A socialite americana e seu séquito são prova contundente de que vivemos numa sociedade imagética que venera o vácuo.
Túllio Marco Soares Carvalho, advogado (Belo Horizonte, MG)
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Nos corredores de nossos hospitais, os pacientes estão sendo atendidos no chão frio, em sua doença, sem a dignidade do mínimo. Quem sabe esses que lesaram nosso país tenham piedade e façam uma cotização como um gesto de caridade, doando leitos para que essa tristeza não faça parte da história de nosso Brasil.
Terezinha Dias Rocha, poeta (São Paulo, SP)
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É difícil acreditar que o mesmo país que apresenta essas condições desumanas em hospitais tenha sediado uma Copa do Mundo e ainda vá sediar uma Olimpíada.
José Roberto Gonçalves (Rio Claro, SP)
Ajuste fiscal
O MBL (Movimento Brasil Livre) me decepcionou. Declaradamente liberal, não questionou os partidos PSDB e PPS pela unânime votação contrária às medidas do ajuste fiscal que lhe são caras. No íntimo, seus integrantes estão agradecidos aos parlamentares do PT pela votação favorável ao tema.
José Paulo Morelli, advogado (Jaú, SP)
Direitos humanos
A intervenção pretendida para vetar a participação do Coronel Telhada na Comissão de Direitos Humanos ("PT pede a tucano que vete Telhada em comissão de direitos humanos", "Poder", 12/5) nos passa claramente a ideia de que essa comissão continua querendo defender os direitos dos assassinos, não de suas vítimas. Infelizmente continuamos com a lógica invertida.
Ana Prudente (São Paulo, SP)
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Não interessa quem vá para a comissão, desde que faça tudo o que lhe é de atribuição e que nunca foi feito: assistência às vitimas da violência, tanto as passivas quanto as ativas.
Helder Galvão (Pindamonhangaba, SP)
Crianças desaparecidas
A absurda quantidade de crianças que desaparecem todo ano no Brasil ("Sinto que uma parte de mim morreu", "sãopaulo", 10/5) fica no olvido do nosso dia a dia. Pensar no que acontece com essas crianças tira o sono e deixa uma sensação de descaso pela vida. É assustador! A sociedade precisa refletir e a imprensa precisa manter o problema em evidência. Pela ativação do arquivo nacional de desaparecidos e pela luta das famílias!
Francisco Javier García Peral (São Paulo, SP)
Judiciário
Nas entrelinhas, o advogado Arnaldo Malheiros ("Meu reino por um juiz", Tendências/Debates, 11/5) está defendendo os interesses de seus clientes. A Justiça deve atender os interesses da sociedade, apartando os meliantes que assaltam bilhões e levam o país à bancarrota, e todos nós cidadãos estamos pagando pelos ilícitos cometidos. A retórica do artigo é interesseira, não dignifica o Direito nem faz bem à Justiça.
Paulo Rogério José, advogado (Porto Velho, RO)
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A coluna de Bernardo Mello Franco ("De volta ao ringue", "Opinião", 12/5) inclui um depoimento interessante do ex-ministro Sydney Sanches sobre o envolvimento de Dias Toffoli com o PT. Tal fato tipifica e esclarece o porquê da indicação de Fachin para aquela suprema corte.
Carlos Alberto Bellozi (Belo Horizonte, MG)
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Até os críticos mais ferozes da presidente Dilma devem reconhecer que é acertado manter Rodrigo Janot à frente do Ministério Público ("Batalhas e guerras", "Opinião", 12/5). O procurador-geral da República e o juiz federal Sergio Moro são peças-chave na apuração e no julgamento do maior esquema de corrupção já praticado neste país. E a forma serena e firme como agem tem irritado medalhões da política até então intocáveis.
Marcos Abrão (São Paulo, SP)
Serviços gráficos
Reiteramos que todos os serviços encomendados foram comprovadamente produzidos e entregues aos partidos políticos ("Mônica Bergamo", "Ilustrada", 12/5) com emissão de notas fiscais e recibos de entrega, conforme se pode comprovar junto aos próprios partidos que fizeram as encomendas. A VTPB trabalha desde 2008 com produção e distribuição para campanhas políticas, atuando em conjunto com parceiros. Nas últimas três eleições, a VTPB prestou serviços para diversos partidos políticos, como o DEM, o PSD, o PDT, o PT, o PSDB e o PMDB.
José Amaro, assessor de imprensa da VTPB (São Paulo, SP)
Velhice
Tenho 78 anos, li e reli o artigo de Anna Veronica Mautner ("A força do querer", Tendências/Debates, 12/5) com bastante atenção e não concordo com a maioria de suas ideias. Quem leu Simone de Beauvoir vai me entender. São inócuas as "cenouras", surpresas ou prazeres externos quando você tem a noção de que, por dentro, está apodrecendo aos poucos. Chegar a essa constatação é de uma crueldade ímpar. Não há sorriso de neto que consiga esvanecê-la. Acima de tudo, não quero mais lidar com essas mazelas e, para isso, estou em plena e ocupada fase de desapego. Para mim, chega. E o meu direito de não mais querer viver? Onde fica?
Gloria Cunha (Santos, SP)
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Bárbaro o artigo de Anna Veronica Mautner, exemplo não só para os idosos mas também para todas as gerações. No próximo mês, celebrarei meus 75 anos tocando piano, regendo e anunciando meus projetos para os próximos 25 anos.
João Carlos Martins, regente (São Paulo, SP)