Painel do leitor
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Luiz Fachin
Se dependesse de meu voto, Luiz Fachin não iria ao STF ("Comissão do Senado aprova Fachin para o STF por 20 a 7", "Poder", 13/5). O que me deixa preocupado é a visão dele. Fachin diz que se considera alinhado com as pessoas que querem o progresso do país, mas preservando a propriedade privada. Ou seja, ele deixa claro que acha a propriedade privada um obstáculo ao progresso --visão invertida como a de muitos da tradicional esquerda caduca. Ele acha que o Estado é tudo. O país tem progresso graças à propriedade privada e progride apesar do Estado.
Roberto Moreira Da Silva (São Paulo, SP)
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A reportagem "Equipe de gestão de crise auxilia indicado" ("Poder", 13/5) só evidencia que há algo errado. O dispêndio de recursos --empresa de publicidade, reformulação de site, equipe de apoio-- mostra-se desproporcional à remuneração a ser recebida por Fachin, restrita ao teto constitucional, cerca de R$ 35 mil. Quer tanto o cargo só por prestígio? Ficará impedido de advogar. Há outros interesses...
Flávia Maria Gontijo da Rocha (Belo Horizonte, MG)
Petrolão
Uma das causas para decretar a prisão preventiva é justamente preservar a investigação das pressões que os investigados podem exercer durante a colheita das provas. Em qualquer inquérito ou processo, se o investigado ou réu faz pressão, tentando amedrontar testemunhas ou os encarregados da investigação, a prisão é decretada. Como podem Eduardo Cunha e Renan Calheiros agirem por meio de recados duros e se utilizarem dos seus cargos para tolher o procurador-geral da República? Não seria caso para o imediato decreto de prisão? Com a palavra o Ministério Público e o ministro Zavascki.
Cláudio Rogério de Paula, advogado (São Paulo, SP)
Câmara de mediação
A criação de câmara de conciliação, patrocinada por planos de saúde, é uma notícia nefasta para o consumidor ("Planos vão financiar câmara para mediar ações de saúde no TJ", "Cotidiano", 13/5). Os planos de saúde têm sido acionados no Judiciário porque se negam a fornecer tratamentos e exames corriqueiros, com escusas que afrontam jurisprudências firmadas há anos. Além disso, o Ministério Público foi alijado da discussão porque significa uma pedra no sapato dos planos, mas a participação dos promotores nessa discussão representa a voz do consumidor.
Patricia Moraes Aude, promotora de Justiça Cível (são Paulo, SP)
Barriga de aluguel
Em relação à coluna "Hipocrisia uterina" ("Opinião", 13/5), a diferença entre barrigas de aluguel remuneradas e ressarcimento de gastos com gravidez (assistência médica e psicológica etc.) é que, no segundo caso, o patrimônio das mulheres que se dispõem a engravidar não se altera; já na primeira situação ele aumenta, deixando-as mais ricas (ou menos pobres...).
Welington Rocha (Guarulhos, SP)
Economia
Solidarizo-me com Leda Paulani, em sua mui apropriada resposta ("Raciocinação ideológica", Tendências/Debates, 13/5) a certos economistas ortodoxos, que, depois de formados a custo zero nas universidades públicas, graças ao "suor" de muitos trabalhadores absolutamente necessários para a sociedade, converteram-se em "serviçais de luxo" da plutocracia. Passam por portadores da verdade científica quando, na verdade, o que fazem está mais para "pajelança" ou "coronelismo" do que para ciência.
José Maria Alves da Silva (Viçosa, MG)
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É chocante ler o artigo. Se tivesse sido administrado "como se governa uma casa", o país não estaria na situação atual. Comparar dívida/PIB do Reino Unido e do Japão é ridículo. São países organizados, sérios, com alta produtividade e competitivos, portanto pagam baixa taxa de juros. Pagamos mais, pois não somos sérios, temos baixíssima produtividade e não somos competitivos.
Paulo Della Vedova, engenheiro (Curitiba, PR)
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Concordo sobre os economistas ortodoxos, como Samuel Pessôa, para quem a culpa pelos elevados juros no Brasil é da sociedade. Em certo sentido, ele está certo: os lucros multibilionários que os bancos auferem, com prestação de serviços tão ruim, só podem ser culpa da sociedade.
Aeramiz Alves (Belo Horizonte, MG)
Educação
Os relatos somente mostram desastres: 178 mil ficam sem o Fies ("178 mil candidatos ficaram de fora do Fies", "Cotidiano", 13/5), universidades fecham porque terceirizadas não recebem ("Aulas na UFRJ são suspensas por falta de pagamentos a terceirizados", folha.com/no1627764), professores estaduais em greve e o Brasil, no ranking da educação, aparece no modesto 60º lugar ("Brasil é o 60º colocado em ranking mundial de educação, diz OCDE", folha.com/no1628353). Cadê a UNE? Cadê a Ubes?
Marco Antonio Esteves Balbi (Rio de Janeiro, RJ)
Racismo
Como leitor assíduo e muito crítico ao jornal, fico imensamente preocupado ao ver que, no dia 13 de maio, não se tem uma linha sobre essa tão importante data. Talvez a Folha queira ser lida só pela elite branca e não queira entrar na questão fundamental do racismo. Seria muito oportuno que não deixássemos passar "em branco" esta dívida que o Estado ainda carrega com os negros.
Marco Antonio Bizarria Werneck (Belo Horizonte, MG)
Velhice
Tenho 88 anos, também li e reli o artigo de Anna Veronica ("A força do querer", Tendências/Debates, 12/5) e, diferentemente de Gloria Cunha (Painel do Leitor, 13/5), concordo com o essencial das ideias. Também me defrontei com Marie Kondo, "guru" da organização ("Ame-o ou descarte-o", "Equilíbrio", 12/5). A velhice é um tempo para reorganizar a vida, revendo o passado à luz do presente e em vista do futuro.
Celina Monteiro, professora aposentada (São Paulo, SP)