Painel do Leitor
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Segurança pública
Sintomática a foto na "Primeira Página" da Folha deste sábado (16/5), que trata do recrudescimento da violência no Rio de Janeiro. Enquanto policiais armados pesadamente sobem o morro para combater as gangues do tráfico, mulheres e crianças ficam tranquilamente ao redor. Assim ficam vulneráveis às balas perdidas que parecem se tornar iminentes, podendo levá-las a graves ferimentos ou até à morte.
OSVALDO CESAR TAVARES (São Paulo, SP)
Discordo de quase tudo no artigo de Oscar Vilhena ("Desarmar é preciso", "Cotidiano", 16/5). Suas recomendações aos parlamentares são corretas, mas fantasia diante da realidade. Ninguém quer dar armas para qualquer um. Teria de passar por análise psicotécnica, curso de tiro e ter ficha limpa. Só os bandidos terem armas é injusto. Quero defender minha família e a mim, já que a segurança pública é insuficiente.
RENZO QUERZOLI (São Paulo, SP)
Talvez ainda reste alguma esperança. Gostaria de parabenizar os policiais da 20ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal pela atitude de sensibilidade demonstrada com o eletricista desempregado Mário Ferreira Lima ("Comovidos, policiais civis pagam fiança de homem que furtou carne no DF", "Cotidiano", 15/5). Aqueles policiais envolvidos na ocorrência demonstraram discernimento sobre o que pode tratar-se da pessoa de um marginal e da pessoa que passa por um momento de extremo desespero. Tomara que essa habilidade se espalhe para a polícia de todo o Brasil. Parabéns.
FRANCISCO ERNESTO Da SILVA (São Paulo, SP)
Aposentadoria
É interessante o comportamento de muitos políticos. A tal da coerência nem sempre obedece a critérios éticos ou minimamente republicanos. Que Zarattini, Paim e Levy estão defendendo pontos de vista em conflito, é óbvio. Agora, o PSDB defender o fim do fator previdenciário não só é oportunismo como pode sobrar para eles quando, e se, forem governo o custo de administrar um possível "rombo na Previdência" ("Maior impacto de novo modelo ficará para o próximo governo", "Poder", 15/5).
CLÁUDIO Da SILVA SANTOS (São Paulo, SP)
O governo deveria separar aposentadoria de assistência social ("Dilma vai propor uma nova fórmula para aposentadoria", "Poder", 15/5). Os assalariados carregaram nas costas muitos privilégios: funcionários públicos que recebiam aposentadoria integral, os militares, congressistas e o Judiciário, além de trabalhadores rurais e a Loas. Os aposentados mal recebem a correção da inflação, carregando perdas acumuladas. Separem aposentadoria real de outros penduricalhos e talvez possam chegar a um acordo.
MIRZA MARIA MALUF PÉREZ (Timóteo, MG)
Dilma ainda não percebeu a imensa crise em que ela mergulhou seu governo e ameaça levar todo o país. Se já é difícil governar sem popularidade, é impossível sem credibilidade. Acorda, Dilma.
ARCANGELO SFORCIN FILHO, despachante (São Paulo, SP)
Congresso
Nas palavras da senhora Marilu Mondin, "votei na Marta, não no PT" (Painel do Leitor, 16/5), está o mal que nos aflige: o voto na personalidade. Essa é a causa das esdrúxulas composições que o governante de plantão é obrigado a fazer, mesmo a contragosto, para poder governar, "celula mater" da corrupção, junto com o financiamento de empresas aos políticos.
GILBERTO ALVARES GIUSEPONE (São Paulo, SP)
Janio de Freitas foi muito feliz em sua coluna sobre reforma política ("Daqui por diante", "Poder", 14/5). Entretanto, sem apoio da OAB, ABI e CNBB juntas e com uma pauta única, corroborada com a adesão da sociedade civil, perderemos a última chance de fazer-nos representar minimamente. Corremos o risco de uma reforma feita pelo Congresso afastar-nos da representatividade.
RUI VERSIANI, advogado (São Paulo, SP)
Educação
É inegável que os professores têm o direito de reivindicar melhores condições de trabalho e salário. Todavia, devem respeitar o direito dos demais cidadãos e evitar a instalação do caos na cidade de São Paulo, provocado a partir de reiteradas manifestações, sempre às sextas-feiras, na av. Paulista, corredor que contempla o acesso a hospitais e cuja paralisação repercute em vias públicas importantes da cidade.
CARLOS CARMELO BALARÓ, advogado (São Paulo, SP)
Calçadas
A Prefeitura de São Paulo acerta duplamente em seu plano de reforma e construção de calçadas ("Após patinar, Haddad amplia meta de reforma de calçadas", "Cotidiano", 16/5). Prioriza locais onde o passeio público não existe e adota critérios justos para fiscalizar, multar e reformar calçadas. Embora o alcance seja de aproximadamente 2% dos passeios públicos da capital, pouco mais de 1 milhão de m², é um bom começo para um tema que sempre esteve literalmente à margem.
TONY NYENHUIS (São Paulo, SP)
Direitos humanos
Lembro a Ivo Herzog (Painel do Leitor, 15/5) que o Coronel Telhada matou, sim, mas o fez usando uma farda oficial e dentro da legalidade, defendendo a sociedade contra bandidos. Ivo Herzog é um humanista tão aplicado que à época do falecimento do coronel Erasmo Dias deu entrevistas incitando a "militância" a ir ao enterro para anotar os nomes dos presentes e se possível fotografá-los. Entretanto, concordamos numa coisa: o lugar de Telhada não é em um fraco, hesitante e medroso PSDB.
PAULO BOCCATO (Taquaritinga, SP)