Painel do Leitor
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Educação
Se a foto estampada na "Primeira Página" da Folha nesta quinta-feira (4/6) realmente mostra professores, é melhor tirar as crianças da escola. Nas ruas, elas poderão encontrar alguns referenciais melhores.
Celso Francisco Álvares Leite (Limeira, SP)
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Lamentável a postura da Folha. Assim como deu destaque quando alguns exaltados tentaram invadir a Secretaria da Educação, o jornal estampou na "Primeira Página" a briga entre professores durante a manifestação de quarta. A Folha poderia dar espaço às reivindicações dos professores que são fundamentais para a melhora das escolas. Poderia deixar o governo mentir só. Nos 45% concedidos de 2011 a 2014, não há um centavo que represente incorporação de gratificações. Os 45% corrigiram os salários da inflação acumulada até 2010.
José Luiz Rodrigues Vasconcellos, professor (São Caetano do Sul, SP)
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Sobre o Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), pela forma como foi proposto e pelos seus fundamentos, já sabíamos que nascia com cara de morto, mas nem mesmo o MEC quer saber de seus resultados ("Radicalizar o pacto pelas crianças do Brasil", Tendências/Debates, 3/6). As redes locais precisam de mais apoio para melhorar seus índices, programas de mais qualidade, não pensar que apenas com um ano de formação o professor dará conta desse tema tão fundamental que é a alfabetização.
Valquiria Aparecida Pereira da Silva, pedagoga e alfabetizadora (São Paulo, SP)
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No texto "Obscurantismo ou identidade" (Tendências/Debates, 2/6), o autor transforma a vítima em algoz. Citado no início, Vladimir Safatle não lamenta o obscurantismo da PUC-SP, mas sim de "um dos conselhos dirigentes da PUC-SP". Trata-se do Conselho Superior da Fundação São Paulo, que é uma parcela minúscula (poderosa, decerto) da instituição. A PUC-SP real, aquela que estuda, dá aulas, paga mensalidades e recebe salários, é inteiramente favorável à cátedra e sabe quem é Michel Foucault. Que vive aqui.
Jorge Claudio N. Ribeiro Jr., professor titular de Ciência da Religião da PUC-SP (São Paulo, SP)
PT
Em vez de uma condenação ponderada para a falta de educação e civilidade de alguns, a coluna de Rogério Gentile ("Síndrome do restaurante cheio", "Opinião", 4/6) apela para uma ironia partidária e predatória e acirra mais os ânimos, parecendo demonstrar contentamento com grosserias noticiadas. Triste.
Alfredo Sternheim, jornalista e cineasta (São Paulo, SP)
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O PT prega discurso de ódio às elites, mas seus militantes adoram frequentar locais onde a elite costuma ir: bons restaurantes, teatros caros e hospitais de ponta. Haddad, Padilha e Pimentel fizeram campanha na base do "nós contra eles", e ficam chateados quando "eles" respondem com malcriações. Deveriam encomendar um bom jantar, abrir um bom vinho francês e assistir ao Netflix em suas televisões de 50 polegadas para evitar chateações.
Milton Akira Kiyotani (São Paulo, SP)
BNDES
Assim como juros de financiamento à casa própria não são comparáveis aos de um empréstimo pessoal, não é possível comparar os juros dos créditos do BNDES à exportação às taxas obtidas por países em emissão de bônus ("BNDES oferece taxas generosas no exterior", "Poder", 4/6). O detentor de um bônus de dívida soberana assume todo o risco de eventual calote. Já nos créditos à exportação há garantias que reduzem o risco e, consequentemente, a taxa. Não há base para qualificar de "generosas" as taxas do BNDES, pois a comparação não faz sentido. Nenhuma agência de crédito à exportação concorrente do BNDES baseia-se no custo de captações em bônus de países para definir o custo de seus financiamentos ou garantias.
Paulo Braga, chefe da assessoria de imprensa do BNDES (Rio de Janeiro, RJ)
RESPOSTA DOS JORNALISTAS BRUNO VILLAS BOAS E RAQUEL LANDIM - Consta da reportagem a posição do BNDES de que os juros de uma emissão de títulos e dos créditos à exportação não são comparáveis. Especialistas acreditam que o custo de captação de dinheiro de um país no exterior pode ser uma referência. As menores taxas citadas na reportagem --de menos de 3% ao ano-- são iguais ou inferiores à soma da Libor (0,5% a 1%) e do spread do banco (usualmente 2%), sobrando pouco como prêmio para países considerados de alto risco.
Viagem oficial
É revoltante que uma caravana de 20 congressistas brasileiros, incluindo o presidente do Senado e oito mulheres, visitem Israel sem nenhuma agenda ("Viagem oficial de cúpula do Congresso prevê turismo", "Poder", 4/6). Ficarão hospedados em hotel cujas diárias vão de US$ 500 a US$ 1.200. Foram passear à nossa custa. Isso tudo acontece com inflação crescente, desemprego e crise. O deslumbrado presidente da Câmara, Eduardo Cunha, está perdendo toda sua credibilidade, se é que tinha alguma. O presidente do Senado já havia perdido.
George Bitar (Santos, SP)
Futebol
Sou corintiano, 72 anos e admirador do Juca Kfouri e do Andrés Sanchez. Juca, em sua coluna ("Jogar o jogo", "Esporte", 4/6), revela o que é a corrupção. Quanto a Andrés, como dirigente, fez o estádio e conseguiu com seu sucessor a Libertadores e o Mundial, o que, para um corintiano velho como eu, foi a realização de um sonho. Quanto ao comentário dele ("Juca, o 'boca livre'", Tendências/Debates, 4/6), comparar Juca a Amaral Netto não tem nexo.
Reynaldo Nogueira (São Paulo, SP)
Drogas
Cumprimento a Folha pelo editorial condenando a censura sofrida pela campanha "Da proibição nasce o tráfico" ("Cartuns proibidos", "Opinião", 3/6). A brutal repressão policial-militar à Marcha da Maconha em Maceió e a prisão ilegal de um jovem que vestia bermuda com estampa de canabis são outros exemplos de que a guerra às drogas debilita a democracia e criminaliza o debate. Regulação responsável já.
Cristiano Avila Maronna, secretário executivo da Plataforma Brasileira de Política de Drogas (São Paulo, SP)
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