Painel do Leitor
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Dilma no Jô Soares
A repercussão da entrevista feita por Jô Soares ("Sou anarquista", "Ilustrada", 16/6)mostra a sensatez do apresentador, que, como relatou, não vê razões suficientes para o impeachment da presidente. Entretanto sua sensatez contrasta com o fanatismo daqueles para quem não estar contra a representante legitimamente escolhida pelo povo equivale a estar contra o próprio povo.
DANIEL WILLIAM DA SILVA SANTOS (Americana, SP)
Parabéns ao Jô Soares, extraordinário jornalista, ator, dramaturgo, escritor e admirável entrevistador anarquista, amado por mim e por quase todo o povo brasileiro que tanto aprecia a liberdade de expressão. Parabéns por sua entrevista agradável de se ver e imparcial com a presidenta Dilma Rousseff.
EDUARDO MATARAZZO SUPLICY, secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania (São Paulo, SP)
Piores do que as respostas da presidente Dilma no programa do Jô foram as respostas dele como entrevistado na Folha, dizendo-se anarquista. A posição política demonstrada por Jô no programa foi mais a de um intelectual de esquerda do que a de um jornalista anarquista. A hora em que o programa foi transmitido não se prestava para fazer panelaço.
PAULO MARCOS GOMES LUSTOZA, capitão de mar e guerra reformado (Rio de Janeiro, RJ)
O programa com a presidente foi totalmente chapa branca, só com perguntas que ela queria ouvir e apresentado em horário e local inconvenientes.
OSVALDO CESAR TAVARES (São Paulo, SP)
Ao justificar a entrevista com a presidente, Jô Soares declarou que um artista não pode ter posição política. Só que, com essa entrevista, ele demonstrou exatamente o contrário.
HOMERO VIANNA JR. (Niterói, RJ)
Sistema tributário
É preciso deixar claro que a CPMF, na prática, não foi extinta. O governo elevou a alíquota do IOF para 0,38%, compensando a tarifa "extinta". Se esse governo quer voltar a cobrar o velho imposto com o velho nome, deveria reduzir a alíquota do IOF para o valor anterior. Caso contrário, teremos duas CPMFs.
IGOR DUTRA DOS SANTOS (Curitiba, PR)
Segundo Henrique Meirelles ("Por quem os juros sobem", "Opinião", 14/6), num país de governantes corruptos e incompetentes, a culpa dos juros é dos profissionais liberais e industriais,que pagam em dia a elevadíssima carga tributária. Filio-me aos comentários do Eduardo Gdikian (Painel do Leitor, 16/6) e lembro ao autor da coluna que ele, quando teve a chance de melhorar o país, pouco fez. Quem mais se beneficia da alta dos juros são os bancos. Por que a omissão desse fato?
*SÉRGIO GERAB,* advogado (São Paulo, SP)
Conservadorismo
Devemos acrescentar à dúvida de Vladimir Safatle ("O paradigma da representação", "Opinião", 16/6) o porquê da paralisia da esquerda diante da onda conservadora que vem tomando conta do Congresso e do Brasil. Parece, sim, que ficamos órfãos, envergonhados do partido há 12 anos no poder, que era o baluarte de tudo o que de sublime podia existir de correção na política. Não foi bem assim...
ANA CLAUDIA G. GALRAO (São João del-Rei, MG)
Em "Tirania da maioria" ("Opinião, 16/6) o colunista opta pela visão da minoria, ao defender causas que já há algum tempo são bem defendidas pela imprensa secular, inimiga da família e seus valores. Confunde o significado da palavra tirania, que implicaria um governo à margem da legalidade e poder do tirano contra a maioria do povo. Pior que a vontade da maioria cristã é o patrulhamento e a tirania dessas minorias escandalosas.
LUCIANE SERBENA DE OLIVEIRA (Curitiba, PR)
Pondé
A coluna "Da missa a metade" ("Ilustrada", 15/6) cria oposições falaciosas e apresenta falsas informações. Não leciono Foucault, mas pensadores de Frankfurt ligados ao marxismo, a Freud, à estética e à tradição do pessimismo crítico. Portanto sinto-me livre para não dividir o pensamento em metades estanques. Não foram professores esquerdistas a propor a cátedra, mas colegas estrangeiros e o consulado francês. Ela não acarreta gasto para a PUC. Não se trata de impor um autor. É decepcionante que esses aspectos não tenham sido mencionados e que o pensamento de Foucault, questionador e ético, não tenha recebido uma atenção mais fina por parte das autoridades eclesiásticas e pelo colunista desta Folha.
JEANNE MARIE GAGNEBIN, professora titular do departamento de filosofia na PUC-SP (São Paulo, SP)
Corrupção
"Palocci recebeu R$ 35 milhões quando deputado" ("Poder", 16/6). Por intermédio de sua empresa, diz que faturou com palestras e consultorias. Outra: financiamento para obras da Odebrecht em Cuba e Angola não tem nada de mais, segundo o presidente do grupo ("Financiamento do BNDES não é ilegal, diz Odebrecht", "Poder", 16/6). É fazer pouco-caso da inteligência da população ou ter a absoluta certeza da impunidade.
SILVIA TAKESHITA DE TOLEDO (São Paulo, SP)
Trabalho infantil
Parabenizo a Folha pela reportagem "De lavoura a bufê, trabalho infantil tem quatro flagrantes por dia em SP" ("Cotidiano", 16/6). Criança tem que vivenciar plenamente sua infância, ir para a escola, estudar para poder ter um futuro decente. Quanto mais cuidarmos de nossas crianças, com amor, acolhimento e educação, melhores serão nossos adultos. É importante que a sociedade se conscientize de que a criança deve ter uma infância saudável. Por isso lugar de criança é na escola, não no trabalho!
FLORIANO PESARO, secretário de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)