Painel do Leitor
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Maioridade penal
Não acho que reduzir a maioridade penal com Judiciário falho como o nosso seja a solução ("Após acordo, redução da idade penal deve avançar", "Cotidiano", 17/6). Nossas cadeias mal suportam os presos que já estão lá. Levar um adolescente para uma penitenciária, sem a mínima estrutura para a reintegração do jovem, irá apenas agravar o problema. A prioridade deve ser maior acesso à educação para que a violência não seja um caminho decorrente da falta de opções. O que o presidente da Câmara e grande parte da população procuram é uma solução para o efeito, não para a causa.
SAMUEL JONATHAN DA SILVA PEREIRA (Sumaré, SP)
Surpreende-me a propositura do governador Alckmin de só elevar o recolhimento máximo dos menores de 18 anos delinquentes de três para oito anos. É uma falácia. Se for feita uma pesquisa, constataremos que a maioria dos "de menor" não permanecem sequer um ano recolhidos, por decisão seja do Judiciário, seja dos psiquiatras forenses. Chega de o crime dominar a sociedade!
OSWALDO MARQUES (São Paulo, SP)
Apesar de achar necessário o endurecimento de penas para delitos de maior gravidade, não vejo com bons olhos baixar para 16 anos a maioridade penal. Certamente os mais atingidos serão os mais pobres, os negros e outros segmentos mais vulneráveis. Precisamos endurecer sem aumentar nossos problemas, já que temos um sistema carcerário problemático. São necessários investimentos maciços em educação.
JEREMIAS SANTOS CRUZ (São Paulo, SP)
CPI da Petrobras
O esforço que o PT faz para tentar barrar a ida de Okamotto à CPI da Petrobras ("PT quer tentar derrubar ida de Okamotto à CPI", "Poder", 17/6) indica que há muitos "negócios escusos" que não devem ser revelados para não prejudicar a reputação do seu principal "chefe".
TSUNETO SASSAKI (São Paulo, SP)
Janio de Freitas
A propósito da coluna "Quando querer é poder" ("Poder", 16/6), de Janio de Freitas, em que o autor afirma que, diante dos propósitos de Eduardo Cunha, "todos [os parlamentares] baixaram a cabeça", a bancada do PSOL na Câmara destaca sua constante posição de independência crítica. Ela se concretiza em cada votação, em especial da PEC da mal chamada reforma política, no questionamento ao "parlashopping" e ao fechamento das galerias em votações polêmicas, bem como no pedido de sindicância na Corregedoria da Câmara contra os 23 parlamentares sob investigação na Operação Lava Jato, entre os quais o próprio presidente da Casa.
CHICO ALENCAR, líder do PSOL na Câmara dos Deputados (Brasília, DF)
Trabalho infantil
Concordo com o secretário de Desenvolvimento Social de SP, Floriano Pesaro, que diz que toda criança tem que vivenciar sua infância e estudar (Painel do Leitor, 17/6). Discordo da punição ao trabalho infantil. É preferível, após a escola, a criança trabalhar, amadurecer mais cedo e de forma digna a fazer coisas erradas. No Primeiro Mundo, onde a educação é levada a sério, o dia escolar começa no início da manhã e se encerra ao final da tarde. Quando teremos isso no Brasil?
HUMBERTO SCHUWARTZ SOARES (Vila Velha, ES)
Deslizamento na BA
Sobre a reportagem "Radar federal estava quebrado quando chuva matou 15 na BA" ("Cotidiano", 16/6), o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) esclarece que enviou à Folha as notas técnicas 008/2015 e 009/2015 que demonstram que a área operacional de monitoramento do centro emitiu, sem prejuízo, entre os dias 23 e 28 de abril, alertas de riscos de deslizamentos e inundação, incluindo a identificação das áreas de especial atenção, em razão das fortes chuvas ocorridas naquele período em Salvador, na Bahia. Com base nos alertas emitidos, constata-se que a falta do radar, naquele momento, não impactou ou prejudicou o monitoramento.
REGINA ALVALÁ, diretora substituta do Cemaden (São José dos Campos, SP)
RESPOSTA DO JORNALISTA AGUIRRE TALENTO - As considerações do órgão foram contempladas na reportagem.
Delfim Netto
Delfim Netto defendeu a política de solidariedade social ("Terceirização", "Opinião", 17/6). Falta implantar no Brasil (também) a solidariedade inteligente, que é aquela que une as pessoas com potencial intelectual em cooperativismo descentralizado para administrar a escassez. Para isso, é necessário um maestro que una o país, não que o divida.
Elniro Brandão (Fortaleza, CE)
O texto revela o mal que centrais sindicais estão promovendo nas relações de trabalho. Políticas de bondade não levam ao crescimento. O país só integrará o rol dos desenvolvidos quando melhorar a produtividade.
YUSSIF ALI MERE JR., presidente da Federação e do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)
Biografias
Segundo o STF, o biografado e os seus herdeiros não devem receber nada por sua biografia. E, no entanto, o biógrafo ganha com a minha biografia e o herdeiro dele é o beneficiário dos ganhos advindos dela. Eu, o biografado, não sou dono da minha vida privada, tampouco meus herdeiros. O biógrafo é o ladrão; a editora, o receptador; o biografado, por sua vez, o idiota roubado. Não somos mais donos de nossa vida. Ela agora pertence ao STF. Isso é democracia?
ARY BRANDI (São Paulo, SP)