Painel do Leitor
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Crise na Grécia
O que houve na Grécia é mais um exemplo do que já tinha acontecido ("Nas urnas, Grécia diz 'não' a acordo", "Mercado", 6/7), como contra os persas ou, mais recentemente, contra a Itália de Mussolini. Não à submissão, contra o poder econômico e contra a mídia. Agora, se quiserem, os europeus que aceitem as regras da Grécia ou se afundem com o fim do Eurogrupo, que é a favor dos mais ricos.
THEODOROS ANASTASSIADIS (Itapetininga, SP)
Somos orientados a evitar dívidas que comprometam nossas possibilidades de pagamento. O mesmo se passa com os países --projeção macro do gasto caseiro. Os gastos de um governo, porém, não saem do bolso de quem autoriza a despesa. A possibilidade de cobrir rombos orçamentários com aumento de impostos é uma constante tentação. Essa presunção leva facilmente à conduta irresponsável de gastos. Gregos, venezuelanos, argentinos e nós, em passado recente, sabemos o que isso significa e sofremos as consequências dos desatinos.
SERGIO HOLL LARA (Indaiatuba, SP)
Oposição
Ao ler "Desafio" ("Opinião", 6/7), de Aécio Neves, fica visível que, finalmente, o PSDB assumiu o papel e a responsabilidade de um partido de oposição. Estar do lado contrário ao do governo não significa jogar contra, mas impõe responsabilidades à oposição e reacende o espírito democrático.
WILLIAN MARTINS, publicitário (Guararema, SP)
Com o PSDB na oposição, a dupla PT/ PMDB continuará no poder indefinidamente. Na convenção do partido ("Tucanos preveem que Dilma não fica no poder até 2018", "Poder", 6/7), constatamos que Aécio quer a cassação da presidente e de seu vice para se candidatar. Por seu lado, o governador Alckmin defende a permanência da presidente e de seu vice e, apostando no desgaste da dupla, espera ganhar em 2018. Já o senador Serra defende o parlamentarismo, pois acredita ser o candidato mais indicado para primeiro-ministro.
LUIZ ANTÔNIO ALVES DE SOUZA (São Paulo, SP)
José Dirceu
"Me arruinaram!", disse o senhor José Dirceu ("Nervos de aço", "Monica Bergamo", 6/7). Errado! Foi o senhor mesmo que, com suas decisões, seus atos e suas atitudes, muitas delas ilegais, munido de arrogância e sede de poder desmedida, que se autoarruinou. Como conservador e de direita que sou, aproveito para lhe agradecer. O senhor, com seus erros, fez mais pela agenda conservadora do que qualquer um. Obrigado, Zé.
PAULO BOCCATO (Taquaritinga, SP)
Empresariado
Rubens Ometto foi infeliz ao afirmar que empresários estão começando a ver que têm que andar na linha ("Sou capitalista e gosto do rumo que Dilma tomou", "Entrevista da 2ª", 6/7). Deveria citar maus empresários, como empreiteiros e corruptos da Petrobras, e maus políticos. Os bons empresários recolhem impostos e geram empregos.
JOSé PEDRO NAISSER (Curitiba, PR)
Educação
Cumprimento a Folha pela reportagem "Alckmin inflou salário de professor em SP" ("Cotidiano, 6/7"). O governo estadual enganou a opinião pública, fazendo crer que recebemos 45% de reajuste em quatro anos. Não seria muito considerando a importância da profissão e as perdas acumuladas, mas a matéria confirma que o aumento foi bem menor, descontadas a inflação e a incorporação de gratificações. Em nossa avaliação o aumento real foi de 1,7%. Utilizamos o ICV-Dieese para calcular a inflação do período. Os reajustes somaram 29,9%. Isso não reduz a importância da matéria. A Folha fez neste caso o bom jornalismo.
MARIA IZABEL AZEVEDO NORONHA, presidente da Apeoesp (São Paulo, SP)
Demorou para a Folha "investigar" as reais condições dos salários do magistério. Os professores "indisciplinados" tinham razão, a greve foi justa, e o governo mentiu esses anos todos. O governador prometeu anunciar plano de reajuste no dia 1º de julho, mas não o fez. E provavelmente não o fará, já que a crise é um bom pretexto para continuar desvalorizando a carreira docente.
MARA CHAGAS (São Paulo, SP)
Petrolão
A Enseada Indústria Naval esclarece que a matéria "Consultor ligado ao PT ajudou Odebrecht" ("Poder", 5/7) não corresponde à verdade dos fatos. A empresa nunca pleiteou o ingresso do FI-FGTS como investidor no estaleiro, tampouco discutiu ou assinou qualquer acordo de confidencialidade com o fundo. Como diz a matéria, "o regulamento do fundo não permite investimento em estaleiros". O interesse convergente entre a Enseada e o projeto da ASK Capital, da qual André Luiz de Souza é sócio, consistiria nos benefícios da instalação de um polo industrial no entorno do estaleiro, que atraísse fornecedores da indústria naval.
HUMBERTO RANGEL, diretor de Relações Institucionais da Enseada Indústria Naval S.A. (Salvador, BA)
RESPOSTA DOS JORNALISTAS DAVID FRIEDLANDER, JULIO WIZIACK E RAQUEL LANDIM - A Folha mantém as informações publicadas, que foram confirmadas por pessoas que participaram da negociação da Odebrecht com o FI-FGTS. O estaleiro tentou levantar recursos com o fundo mesmo sabendo que ele não poderia investir no negócio.
Boicote a Israel
Alfredo Spínola de Mello Neto pergunta onde está o Estado palestino após 68 anos do plano de partilha da Palestina (Painel do Leitor, 6/7). Ele não existe, pois na época foi recusado pelo lado árabe, que julgava poder derrotar os judeus e ficar com todo o território. O "não" ao plano iniciou uma guerra que dura até hoje. Grande parte dos palestinos e de seus apoiadores ainda prega o extermínio de Israel.
ARTUR HOLENDER (São Paulo, SP)
Racismo
É lamentável a ascensão social das mulheres negras incomodar uma minoria racista ("Mulher do tempo do 'JN' é alvo de racismo", "Cotidiano", 4/7). Ainda há sequelas de um passado tenebroso.
ERIC FERREIRA DANTAS, professor (São Paulo, SP)