Painel do Leitor
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Linchamento
Poucas vezes li nesta Folha um editorial tão francamente corajoso quanto "Selvageria à brasileira" ("Opinião", 9/7), acerca do linchamento de um homem no Maranhão. O discurso intolerante e autoritário está cada vez mais forte entre nós. Se a lucidez continuar se escondendo, o mínimo que se poderá dela dizer, nos dias que virão, é que foi cúmplice dessa selvageria toda.
LEANDRO VEIGA DAINESI (Lorena, SP)
É péssimo o editorial "Selvageria à brasileira". Em vez de analisar as causas do linchamento, preferiu-se atribuí-lo a valentões que não acreditam em direitos humanos. Não foram valentões que praticaram o ato, mas, sim, cidadãos fartos da impunidade que nossas leis conferem a bandidos. Essa vontade de fazer justiça com as próprias mãos é consequência do descrédito no Poder Judiciário. Se as leis não forem endurecidas, podemos esperar um aumento constante de casos como o do Maranhão.
ALDO FELICIO NALETTO JUNIOR (São Paulo, SP)
Oportuno e didático o editorial desta quinta (9). Sendo o Maranhão um dos Estados mais pobres e violentos do Brasil, a barbárie mostra a falência de tudo, desde o amor ao próximo até as instituições, que estão totalmente desacreditadas em nosso país.
ADAUTO LEVI CARDOSO (Sorocaba, SP)
Redução de velocidade
Com a redução de velocidade nas marginais, em São Paulo, o índice de acidentes continuará o mesmo, pois fora do alcance de radares, os motoristas não deixarão a imprudência de lado. Se algo vai mudar, será a arrecadação das multas, cada vez maior.
EGON MASSAHIRO KUTOMI, engenheiro mecânico (São Paulo, SP)
Nem sempre a nossa "lógica intuitiva" tem lógica. Quando a velocidade em uma avenida é mais baixa, passam mais veículos por ela. A explicação está na engenharia de tráfego. É menor a distância necessária entre carros em movimento quando a velocidade é mais baixa. Mas, dificilmente, uma autoridade de trânsito será elogiada quando reduzir o limite da velocidade em uma via.
ROGERIO BELDA (São Paulo, SP)
Prêmio Nobel
Laércio Zanini (Painel do Leitor, 9/7) lamenta que um brasileiro jamais tenha ganhado um Nobel. Isso se deve não só à falta de apoio à ciência no país mas também à campanha dos críticos brasileiros contra Carlos Chagas, que impediram que ele fosse premiado, e ao "esquecimento", pela comissão do Nobel, de Henrique Rocha Lima, que descreveu a bactéria causadora do tifo exantemático, em 1928.
CARLOS BRISOLA MARCONDES, professor titular do Departamento de Microbiologia e Parasitologia da UFSC (Florianópolis, SC)
Crise brasileira
Dilma disse na Rússia que o Brasil tem fundamentos sólidos. Um país que terá queda de 1,5% no PIB, com 8,2 milhões de desempregados, dívidas interna e externa que somam R$ 3,4 trilhões, inflação de 9%, indústrias paralisadas, dentre outros graves problemas, tem fundamentos sólidos? As universidades atravessam graves problemas financeiros, a Selic alcançou 13,75%, os impostos foram aumentados e mesmo assim a arrecadação diminuiu em 2015. Os brasileiros não conseguem enxergar solidez em nada nesse país, presidente.
JOSÉ CARLOS SARAIVA DA COSTA (Rio de Janeiro, RJ)
Crise grega
Por mais claro que a origem de Theodoros Anastassiadis (Painel do Leitor, 7/7) paute o seu discurso agressivo contra os credores europeus, deixo-lhe uma proposta: experimente o missivista contrair um empréstimo de um banco e exigir como quer fazer o correspondente pagamento. Quem tem o dinheiro dita as regras. Acostume-se com isso.
RODRIGO BLAS (São Paulo, SP)
Ciclovias
Sobre o texto "Gestão Haddad prioriza centro e deixa ciclovia da periferia na lama" ("Cotidiano", 8/7), a Prefeitura de São Paulo esclarece o seguinte: 1. O barro mostrado na "Primeira Página" foi provocado por chuvas intermitentes e pela construção das calçadas da avenida Bento Guelfi; 2. Quanto à afirmação de que não há ciclovias na periferia ou de que não são cuidadas, a prefeitura recentemente inaugurou ciclovias em Sapopemba e M'Boi Mirim e cabe às subprefeituras mantê-las limpas e desobstruídas; 3. A prefeitura trabalha para ter 400 km de ciclovias, conectadas, no centro e na periferia, e saúda que a cidade reclame agora não da ciclovia, mas da falta de ciclovias.
NUNZIO BRIGUGLIO, secretário de Comunicação da prefeitura (São Paulo, SP)
9 de Julho
A morte de quatro estudantes, (Martins, Miragaia, Drausio e Camargo) num confronto com a polícia quando se manifestavam contra a ditadura de Getúlio Vargas foi o estopim da revolta paulista que viria eclodir em 9 de julho de 1932, em favor de uma constituição. Após 87 dias de combates, em 3 de outubro de 1932, as tropas paulistas acabaram se rendendo. A constituição, porém, viria a ser promulgada só em 1934. Parabéns ao meu querido e batalhador Estado pelos 83 anos desta data histórica.
EDGARD GOBBI (Campinas, SP)
Meu saudoso avô João Baptista Isnard, então com 22 anos, participou da Revolução de 1932, como "Cabo 91". O 9 de Julho é motivo de orgulho para o povo paulista, por todos aqueles que lutaram por São Paulo e pelo Brasil.
RENATO KHAIR (São Paulo, SP)