Painel do Leitor
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Impeachment
É de extrema gravidade a informação do teor do encontro entre Gilmar Mendes, Eduardo Cunha e Paulinho da Força ("Cunha discute impeachment com ministro do Supremo", "Poder", 14/7). Um ministro do STF, ligado umbilicalmente ao PSDB, reúne-se com o presidente da Câmara, um declarado opositor do governo, para tratar de um tema delicado como o impeachment. Conclusão: verdadeiramente está em andamento nos bastidores um golpe no Brasil. Esperar isso de Cunha e Paulinho da Força não causa estranheza, mas um ministro do Supremo estar envolvido é gravíssimo e inaceitável.
Wilson de Souza (Mauá, SP)
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É salutar ser lembrada a lucidez de Aloysio Nunes quando se refere ao impeachment ("Dilma não é Collor, diz Aloysio", "Opinião", 14/7). O impeachment nasce de uma opção política que repercute na esfera da inconstitucionalidade.
Kayo César (Belém, PA)
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O estelionato eleitoral é fato certo. Entretanto o mesmo nível de indignação não é observado no trato com os outros Poderes e em suas figuras principais. Deve-se ressaltar: Dilma foi eleita, e o Estado é de Direito. Havendo crime, ela responderá. A hipótese de o presidente sair por "não agradar'' seria cabível se em 63 e 93 os brasileiros não tivessem refutado o regime parlamentarista.
Murilo Gênova (São Paulo, SP)
Mortes no trânsito
O Ministério da Saúde esclarece que, na reportagem "Revisão de dados afasta país de meta de morte no trânsito" ("Cotidiano", 14/7), foram comparados dados consolidados com informações preliminares. Com a consolidação dos números, o Ministério constata uma importante tendência de declínio no número absoluto de óbitos e a reversão da tendência anterior de crescimento, observada nos últimos dez anos. Tais avanços não podem ser ignorados. O Plano Global para a Década de Ação para a Segurança no Trânsito 2011-2020 tem a meta de reduzir e estabilizar a quantidade de mortes no trânsito projetada em todo o planeta até 2020.
Renato Strauss, chefe da Assessoria de Imprensa e Informação do Ministério da Saúde (Brasília, DF)
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O aumento de velocidade dos ônibus devido às ações implementadas pela gestão Haddad foi, recorrentemente, negado por diversos órgãos de imprensa. Agora, surge a tentativa de empanar o sucesso dessas ações, como se vê na reportagem "Número de atropelamentos por ônibus sobe 31% em SP" ("Cotidiano", 13/7). Evidentemente, se for constatada alguma consequência indesejável, medidas pertinentes serão tomadas. Entretanto, a bem da verdade, seria justo admitir que a implementação de faixas e corredores de ônibus, ridicularizada por alguns leigos em mobilidade urbana, mostrou-se uma decisão acertada.
Paulo Sergio Fidelis Gomes (São Paulo, SP)
Crise grega
A soberania do povo grego significa que ele decide se aceita ou não a austeridade exigida pelos credores, mas cabe aos países credores decidir em que condições concordam em aumentar empréstimos à Grécia. Democracia e soberania não conferem ao povo grego o direito de decidir de que modo finlandeses, alemães e outros devem aplicar o seu dinheiro ("Grécia evita expulsão do euro, mas democracia sai arranhada", "Mercado", 14/7).
Samuel Malheiros (Vitória, ES)
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Não procede o comentário de Clóvis Rossi de que a conformação política da UE limita o poder de escolha do eleitorado nacional e fere a democracia, pois o povo grego tem o poder de dizer não às medidas de austeridade no que toca ao seu dinheiro, mas não ao dos outros. Querer ter direito de receber novos euros para continuar a Grécia gastando mais do que arrecada é um abuso inadmissível.
Ulf Hermann Mondl (Florianópolis, SC)
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Muito semelhantes as situações políticas de Dilma Roussef e Alexis Tsipras, primeiro-ministro grego. Eleitos por dizer não à austeridade, optaram pelo contrário no exercício do governo. A esquerda, sem alternativa, salvo adaptar-se ao capitalismo, está inserida no mundo shakespeariano de seus líderes e seus radicais.
Amadeu R. Garrido de Paula (São Paulo, SP)
Lava Jato
Os subscritores do artigo "Mitos da Lava Jato podem levar à depressão" (Tendências/ Debates, 13/7) parecem acreditar que a vida econômica das empresas é simples como descrevem. Quando a criminalidade se funde com a atividade econômica, certos conceitos perdem significado. Independentemente de conhecer teorias sobre concorrência econômica, a aplicação do direito penal não pode embarcar nessa canoa. Esse discurso pode servir às empresas flagradas, mas em nada ajuda na recomposição do patrimônio público afetado, bem como dos demais acionistas.
Ana Lúcia Amaral, procuradora regional da República aposentada (São Paulo, SP)
Carga tributária
Em Minas Gerais ("Usinas têm alívio com ICMS menor do etanol em Minas", "Mercado", 14/7), a redução do ICMS do etanol veio junto com um tarifaço: o aumento do mesmo imposto para a gasolina. Acho que somos todos a favor de que o etanol seja mais barato, mas isso não pode ser feito em cima do aumento da carga tributária da população.
Quismaclei Gomes Vicentin, administrador (Dracena, SP)
Educação
Excelente a coluna de Vladimir Safatle ("Pátria educadora", "Opinião", 14/7). É uma vergonha vermos o país retroceder na sua pesquisa e desenvolvimento, uma área que evidenciaria o país como potencial intelectual e que vinha crescendo num ritmo muito bom nos últimos anos. O imediatismo é a pior medida para obter lucros, e o investimento na educação deve ser de longo prazo.
Felipe Teixeira Genta Maragni, químico (São Paulo, SP)
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