Painel do Leitor
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Brasil em crise
Foi intrigante ler Tati Bernardi ("Como continuar petista?", "Cotidiano", 7/8) e Gregorio Duvivier ("Por que odiar o PT", 10/8). Destilavam ódio contra quem não fosse de esquerda e, agora, aparecem choramingando. Os colunistas perderam a esperança ou é só medo de serem lembrados (e futuramente descartados) como defensores da indefensável corrupção que tomou conta do PT? Lágrimas de crocodilo.
Eduardo Figueredo de Oliveira (São Paulo, SP)
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Muitos como Gregorio Duvivier compartilham da mesma frustração. Muitos pensaram num país melhor, mais justo socialmente e mais inclusivo. Eu também acreditei que, com o meu voto, ajudaria a mudar o curso da história. Ao contrário do colunista, porém, eu não me rendo ao ceticismo. Mesmo reconhecendo e repudiando tantas ações condenáveis, prefiro vislumbrar um cenário menos nebuloso, a partir da punição de quem precisa ser punido. Não ajuda torcer contra o país.
José Antonio Rosa (Sorocaba, SP)
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Carlos Heitor Cony escreveu na década de 90 o livro "O Presidente que Sabia Javanês", uma engraçada coletânea de colunas escritas durante o regime FHC e com charges de Angeli. Está na hora de o mesmo Cony escrever "A Presidente que Fala Dilmês", com a mesma verve hilária, cínica e escrachada, visto que, agora, há muito mais material.
André Coutinho (Campinas, SP)
Petrolão
A concretizar a decisão da Comissão da Anistia que concede ao ex-ministro José Dirceu o direito de contar os 11 anos em que viveu clandestinamente no país para o cálculo da aposentadoria, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, desrespeita todos os cidadãos e cidadãs que recolheram religiosamente suas contribuições à Previdência Social por 35 anos ou mais ("Tempo de clandestinidade de Dirceu contará no cálculo da aposentadoria", folha.com/no1667423, 11/8). Está aberto um precedente valioso e perigoso, para que milhares de pessoas entrem com ações contra a União.
João Carlos Gonçalves Pereira (Lins,SP)
Reforma ministerial
Ruy Castro querer comparar o número de ministérios de 1906 com o atual é despropositado ("Poupar em cinismo", "Opinião", 12/8). A população foi multiplicada por dez em cem anos e qualquer empresa se utiliza hoje da especialização do trabalho, dividindo as funções nas menores frações possíveis. É evidente que se pode diminuir o número de ministérios, desde que com base em análises criteriosas.
Roberto Lourenço (Jaboticabal, SP)
Planos de saúde
A Qualicorp lamenta não ter sido procurada pela coluna de Bernardo Mello Franco ("Um plano para os planos", "Opinião", 12/8) para ter esclarecido graves equívocos a seu respeito. A empresa não é operadora de plano de saúde, mas administradora de benefícios e corretora de seguros, e seu papel é defender o interesse dos clientes. Por lei, não atua na contratação de cobertura e prestadores de serviço nem na inclusão e exclusão de procedimentos, pois essas são atribuições exclusivas das operadoras. Desse modo, é distorcida e equivocada a associação de seu nome à proposta mencionada, quanto mais sendo companhia de capital aberto e suscetível a especulações de mercado.
Mauricio Ceschin, diretor-presidente da Qualicorp (São Paulo, SP)
RESPOSTA DO COLUNISTA BERNARDO MELLO FRANCO - A coluna apenas registrou o apelido pelo qual a proposta está sendo chamada no Congresso Nacional.
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A judicialização na saúde é uma questão de relevância para a sociedade. Assim, a coluna de Bernardo Mello Franco foi imprópria ao abordar de forma simplista um assunto que afeta o sistema de saúde. No texto, o autor critica casos em que os planos de saúde negam cobertura de tratamentos experimentais ou não homologados pelo SUS. Porém ele não informa que há divergências no próprio mundo jurídico. A visão que tem prevalecido em relação aos planos de saúde tem posto em xeque a validade dos contratos. Essa conta acaba sendo paga pelo conjunto dos beneficiários. Para favorecer uns poucos, penaliza-se a coletividade.
Antonio Carlos Abbatepaolo, diretor-executivo da Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo) (São Paulo, SP)
Jato de Eduardo Campos
A Anac repudia o conteúdo referente à agência na coluna "Jato silencioso" ("Poder", 11/8) e, em nome do interesse público, esclarece que nunca houve, perante a Anac, "obscuridade" em relação à propriedade da aeronave PR-AFA, que é da Cessna Finance Corporation, com arrendamento à AF Andrade Empreendimentos e Participações Ltda. Todas as aeronaves brasileiras estão inscritas no Registro Aeronáutico Brasileiro, que é público e de consulta ostensiva. A Anac informa ainda que todos os documentos relativos ao caso produzidos ou recebidos pela agência estiveram e estão à disposição da Justiça e de outras autoridades competentes.
Marcelo Guaranys, diretor-presidente da ANAC (São Paulo, SP)
RESPOSTA DO JORNALISTA JANIO DE FREITAS - Nesse caso, a informação deve ser passada à juíza da 9ª vara cível de Santos, Natália Monti, segundo a qual há "obscuridade" quanto ao proprietário do avião usado por Eduardo Campos.