Painel do Leitor
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Brasil em crise
Deplorável a fala de FHC sugerindo a renúncia de Dilma ("País vê governo Dilma como 'ilegítimo' e renúncia seria grandeza, diz FHC", folha.com/no1669697, 17/8), ancorado na manifestação de domingo (16). Parte significativa dos manifestantes pregava o golpe militar, lamentava Dilma não ter sido enforcada no DOI-Codi e não terem sido todos os "comunistas" assassinados no golpe de 1964 –cabe lembrar que FHC, à época, teria sido merecedor dessa ação nefasta, segundo a visão política desses manifestantes.
José Gilson Soares (São Paulo, SP)
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Em "O ódio fofo e o ódio não fofo" ("Ilustrada", 17/8), Pondé ridiculariza os que lutam contra as diversas formas sociais de opressão, igualando-os aos que preconizam a opressão, e reafirma pela enésima vez a falsa dicotomia liberal Estado/ mercado, como se existisse mercado não institucionalizado pelo Estado. É só por isso que todo o debate político gira em torno do Estado –ninguém atua no mercado sem a mão do Estado determinando quem, o que, como, quando, quanto pode ou não.
Jair Pinheiro, professor da Unesp (Marília, SP)
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São contestáveis as críticas da Folha à metodologia aplicada pela PM, que é mais confiável que a do Datafolha, uma vez que o instituto não usa imagens aéreas em tempo real nem recursos de geoprocessamento –e ainda corre o risco de os resultados estarem contaminados pelo subjetivismo de pesquisadores contratados ("Ato em SP reuniu 135 mil pessoas, diz Datafolha", "Poder", 17/8). Curiosamente, as críticas contra a PM, que, ao contrário do Datafolha, não tem fins lucrativos, só ocorrem quando os números do instituto divergem dos da polícia. Nos eventos em que o Datafolha não é usado, a Folha sempre se baseia nos cálculos da PM.
Paulo de Tarso, assessor de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (São Paulo, SP)
RESPOSTA DO DIRETOR-GERAL DO DATAFOLHA, MAURO PAULINO - O Datafolha combina recursos de georreferenciamento com rastreamento local e cálculo de público flutuante por meio de amostragem estatística. Evita fotos aéreas por não permitirem o cálculo de pessoas diferentes que passaram pelo local. Os profissionais são treinados de acordo com parâmetros técnicos de rastreamento em microáreas.
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Só se fala em "fora, PT" e impeachment como solução para a crise, como se, num passe de mágica, isso resolvesse os graves problemas. E a reforma política? Sem ela, praticamente nada muda.
José Luiz Barbosa (Recife, PE)
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Fraca a argumentação de Carlos Pereira quanto ao motivo para o impeachment ("Apelar à moderação agora é alimentar o cinismo", "Poder", 17/8). Ele não soube indicar que é só investigar melhor cada motivo, dos vários que ensejam o impedimento, que o motivo exato aparecerá.
Rafael Alberti Cesa (Caxias do Sul, RS)
Chacina em Osasco
Chama a atenção a polícia citar que seis dos executados em Osasco tinham algum registro de antecedente criminal ("12 dos 18 mortos não tinham antecedente criminal, diz polícia", "Cotidiano", 15/8). Se estavam soltos, cumpriram suas penas, e o Estado democrático de Direito também socorre aqueles com antecedentes. Nada justifica a chacina e o que causa espanto é não ver nenhum comentário aqui no Painel do Leitor sobre uma chacina que ceifou a vida de 18 pessoas. Vivemos numa sociedade em que a causa animal –nada contra– importa mais do que a vida de seres humanos pobres ou negros.
Pedro Valentim (Bauru, SP)
Petrolão
Votei em Rodrigo Janot para compor a lista da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) e torço por sua rápida recondução. Por outro lado, nunca critiquei a condução que a PGR (Procuradoria-Geral da República) deu ou dá à Operação Lava Jato. Gostaria, portanto, que fosse corrigida a falsa afirmação contida na coluna "Janot e as ruas" ("Cotidiano", 8/8).
Eitel Santiago de Brito Pereira, subprocurador-geral da República (Brasília, DF)
RESPOSTA DO COLUNISTA OSCAR VILHENA VIEIRA - Tendo tomado conhecimento de que o subprocurador-geral da República, Eitel Santiago de Brito Pereira, não é crítico à condução da Operação Lava Jato, retifico na seção Erramos abaixo a informação apresentada ao leitor.
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Lema nacional
Gregorio Duvivier ("Não era amor, era cilada", "Ilustrada", 17/8) faz belo diagnóstico sobre a importância de nós, brasileiros, amarmos muito mais uns aos outros. Carlito Maia foi quem muito me incentivou a defender no Senado que a nossa bandeira passasse a ter o lema: Amor, Ordem e Progresso, como o fizeram Chico Alencar, cujo projeto ainda tramita, Jards Macalé e Noel Rosa.
Eduardo Matarazzo Suplicy, secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania (São Paulo, SP)
Ensino técnico
A Folha errou ao citar os cursos de tecnologia como "ensino técnico de nível superior", na reportagem "Procura-se técnico" ("Negócios, Empregos e Carreiras", 16/8). Minimizou o potencial de uma modalidade de ensino superior que registrou no último vestibular das Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs) uma procura de mais de 55 mil jovens, com um índice de empregabilidade de 91% entre os formandos. Com isso, perdeu o leitor, que ficou sem entender a diferença entre cursos tecnológicos (superior) e técnicos (nível médio), o que, durante a entrevista, foi tantas vezes explicado à repórter.
Gleise Santa Clara, coordenadora de Comunicação do Centro Paula Souza, que administra as Etecs e Fatecs (São Paulo, SP)
RESPOSTA DA JORNALISTA FERNANDA PERRIN - A reportagem não apenas diferenciou as modalidades como dedicou um texto separado apenas para debater o ensino profissional de nível superior.