Painel do Leitor
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Brasil em crise
Em "Yes, we can!" ("Mercado", 4/9) e "O futuro do Brasil de Levy" (Tendências/ Debates, 4/9), Laura Carvalho e Mark Weisbrot estão "iludidos pelo acaso" (expressão de livro homônimo do filósofo-financista Nassim Taleb) ao analisarem retrospectivamente a política econômica brasileira. Ignoram a diferença entre a natureza das crises (2008, financeira; 2015, econômica) e se iludem com os verdadeiros vetores da época de bonança. Leitores de autoajuda, todos achávamos que o boom chinês seria constante e eterno.
Marcelo Henrique Salomão (Curitiba, PR)
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Tanto fizeram que quebraram o país. Até o Ciência sem Fronteiras será congelado por falta de recursos ("Ciência sem Fronteiras será congelado", "Ciência", 3/9). Lula, em vez de sair por aí dizendo que vai voltar a voar novamente ("Lula avisa que não está 'morto' e que voltará a 'voar'", "Poder", 30/8), deveria tentar ajudar a consertar o estrago feito ao país nos últimos anos, pelo qual é grande responsável.
João Manuel F. S. C. Maio (São José dos Campos, SP)
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Diante da crise em que estamos, só a população, o comércio e a indústria sofrem com a carga de juros, os impostos, e o custo da energia elétrica e dos combustíveis, os mais caros do mundo. E a presidente, em vez de cortar despesas, quer mais impostos.
Rubens de Campos Ramos (São José do Rio Preto, SP)
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Na discussão sobre os cortes necessários para ajustes no Orçamento, de um lado o governo bate na tecla do aumento de impostos, que vai penalizar ainda mais o povo, de outro deputados e senadores falam em cortes de gastos do governo. Que tal começarmos a pensar na redução de nossos parlamentares. Entendo que a economia seria muito grande e poderíamos usar esse dinheiro na saúde, educação e habitação.
Tomaz de Aquino dos Santos (Piracicaba, SP)
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O exímio professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite, em "De quem é a culpa?" (Tendências/ Debates, 3/9), aponta várias causas pela atual crise econômica e de ética política. A meu ver, ele omitiu o principal culpado, que é o eleitor que vota por interesses particulares em lugar de escolher candidatos dispostos a lutar pela construção de uma democracia de verdade, na qual vigore justiça social e meritocracia. Sem a formação de uma consciência republicana, nunca iremos quebrar o círculo vicioso: o povo vota mal porque é desinformado e continua pobre porque vota mal.
Salvatore D' Onofrio, professor titular pela Unesp (São José do Rio Preto, SP)
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Li estarrecido a manifestação do físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite. Aos 84, ele deve estar morando em outro país para ter escrito aquele texto. Inacreditável e lamentável que um professor emérito da Unicamp possa ter uma avaliação tão obtusa.
Álvaro Staut Neto (Pindamonhangaba, SP)
Menino sírio
Finalmente, após a foto terrível do menino morto, europeus e americanos estão se mexendo para ajudar e abrigar os refugiados ("UE se propõe a receber 100 mil refugiados", "Mundo", 4/9). E aqui no Brasil? Temos recebido algumas centenas de refugiados. O Brasil poderia receber milhares, especialmente de sírios, com a ajuda da grande comunidade sirio-libanesa que existe aqui.
Jan Rocha (São Paulo, SP)
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O texto de Tati Bernardi "O menino morto" ("Cotidiano", 4/9) preenche todo o sentimento e a comoção mundial. A camiseta, a bermuda e o sapato de Aylan retratam o cuidado, o amor e a inocência da criança despedaçada por uma guerra absurda, pela intolerância da humanidade.
Paulo Sérgio Stahlschmidt Cachoeira (Curitiba, PR)
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Tenho alguma dificuldade para ler e gostar das crônicas de Tati Bernadi, mas me senti recompensado por continuar a lê-la. Ela foi brilhante e demonstrou uma visão humana que muitos não perceberam na tragédia que acontece com os refugiados.
José C. da Fonseca (Niterói, RJ)
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Excelente texto de Luciana Coelho ("Necessidade de humanização responde dilema da foto de Aylan", "Mundo", 4/9) para reflexão sobre o assunto que apertou o coração de todos. Ao olhar a foto de Aylan de supetão, parecia meu neto. Era o neto simbólico de muita gente, e o texto me "incluiu". O final também: "Humanos, falhamos. Morremos na praia e por muito pouco".
Edith Maria Elek (São Paulo, SP)
Uber
Causa estranheza a declaração da presidente Dilma de que a União não tem responsabilidade na regulamentação dos serviços de táxi e do aplicativo Uber ("Para Dilma, Uber tira emprego de muita gente", "Cotidiano", 2/9). Mais uma vez, ou a presidente mente ou desconhece as leis e a Constituição. Foi ela quem sancionou as leis 12.468 e 12.587, que regulamentam os serviços de táxi. Ademais, desconsidera que a Constituição determina que é competência privativa da União legislar sobre trânsito e transporte. Já passou da hora de a presidente assumir suas responsabilidades.
Antônio Carlos Suppes D. de Andrada, advogado (Belo Horizonte, MG)
Vladimir Safatle
Lamentavelmente existem hoje zonas sem governo, nas quais a ordem regional se desintegrou, de onde as pessoas comuns tentam desesperadamente escapar. Elas se espalham entre o mundo muçulmano, da Líbia ao Paquistão, do chifre da África à África central. Árabes, persas, turcos otomanos, muçulmanos sunitas e xiitas se matam desde o século 7º, mas, para Vladimir Safatle ("Uma crise forjada a ferro e fogo", "Ilustrada", 4/9), essa desagregação é fruto direto de intervenções desastrosas dos EUA, Estado que surgiu no século 18.
Mauricio Fernandes Lucio (São Paulo, SP)
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