Painel do Leitor
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Brasil em crise
Se o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a abertura de inquérito contra os ministros Edinho Silva (Comunicação Social) e Aloizio Mercadante (Casa Civil) e o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) ("Inquérito sobre 2 ministros reforça pressão por reforma", "Poder", 7/9), fica evidenciado que a delação premiada do dono da UTC, Ricardo Pessoa, procede e tem provas concretas. Portanto, o argumento dos envolvidos de que agiram dentro da legalidade, com a aprovação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), é conversa para boi dormir.
Edgard Gobbi (Campinas, SP)
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A maneira como a Folha noticiou a investigação sobre o senador tucano Aloysio Nunes Ferreira confirma o tratamento diferenciado à corrupção tucana.
Márcio d'Ávila Ribeiro (Ribeirão Preto, SP)
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Por que aguardar mais três anos e meio de sofrimento, se tudo pode ser resolvido agora? Ou melhor, tentar resolver agora. Com certeza, aguardar mais não é possível porque não vai passar, no Congresso, o aumento de impostos e também não será possível enxugar a máquina do Estado, pois não há retaguarda política. Com certeza, será muito melhor um novo governo agora.
Arcangelo Sforcin Filho (São Paulo, SP)
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Vinicius Mota, do alto da sua verdade liberal-ortodoxa, criticou indiscriminadamente os economistas desenvolvimentistas ("À esquerda está a saída", "Opinião", 7/9). Esqueceu que o extraordinário desenvolvimento brasileiro entre 1930 e 1980 ocorreu sob governos desenvolvimentistas. Desde 1980, vivemos uma quase estagnação que nem os governos liberais nem os desenvolvimentistas lograram superar –os primeiros vítimas ou arautos do populismo cambial e do colonialismo, e os segundos, do populismo tanto cambial quanto fiscal. Felizmente temos economistas liberais que esquecem suas teorias liberal-ortodoxas ou neoclássicas e pensam com competência seu país e economistas desenvolvimentistas que contam com teorias mais realistas, são responsáveis no plano fiscal e cambial e também sabem pensar.
Luiz Carlos Bresser-Pereira, professor emérito da Fundação Getúlio Vargas (São Paulo, SP)
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É certo que o PT não é o responsável por todos os problemas ("Fratura na democracia", "Mercado", 6/9), mas é certo que a histórica fratura, por meio da qual têm sido drenados os recursos desviados do país há anos, converteu-se numa fenda de grandes proporções e múltiplos drenos nos últimos 12 anos. E o presidencialismo de coalizão, uma espécie de troca-troca para sustentar um governo, em simbiose com os drenos do mensalão, do petrolão e assemelhados, resultou num modelo viciado e danoso ao país, que carece de um urgente freio de arrumação.
João Carlos Araújo Figueira (Rio de Janeiro, RJ)
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Não sei qual é a área de atuação da professora Suely Rezende Penha (Painel do Leitor, 7/9), mas ela está apta a integrar o time do Planalto. Além de ingenuamente crer que a crise econômica foi consequência dos protestos de 2013, não da total falta de planejamento e da bonança exacerbada de Dilma 1, a professora ainda vem com o discurso padrão contra a oposição, a elite, o empresariado e a mídia.
Rodrigo Blas (São Paulo, SP)
Mais Médicos
Cumprimento Miguel Srougi pelo "Mais Médicos: embuste sem fim" (Tendências/ Debates, 6/9). O título já diz tudo, pois, além de trazer para o Brasil médicos afrontando as leis brasileiras para financiar Cuba, embutiu, de maneira ardilosa, numa lei eleiçoeira, a abertura indiscriminada de escolas médicas e a banalização do título de especialistas. E nós, médicos, que só almejamos uma medicina de qualidade para os mais necessitados somos tachados de corporativistas. Corporativistas seríamos se questionássemos a vinda de médicos de Harvard e a abertura de escolas de medicina capacitadas para formar bons médicos.
Antonio Carlos Gomes da Silva, secretário-geral da Academia de Medicina de São Paulo (São Paulo, SP)
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O professor Miguel Srougi investe contra o Mais Médicos porque convocou 11.429 cubanos para cuidar da saúde pública dos brasileiros. Termina suas diatribes invocando os famosos versos de Geraldo Vandré, de que "com gente é diferente". De fato, desde os tempos do Brasil colônia nossa gente tem sido tratada como "gado" pelos agentes da saúde pública. O criticado programa é uma tentativa de mudança.
Zelmo Denari (Presidente Prudente, SP)
Refugiados
Quando é que a ONU vai resolver agir de verdade? A única forma de proteger os refugiados é criando zonas de exclusão nos países em guerra, dando proteção e assistência ao cidadão massacrado pela violência em sua própria pátria. A Cruz Vermelha e outras tantas instituições poderiam dar atendimento e socorro a esses cidadãos, antes que sejam escorraçados de sua terra. Depois disso fica muito mais complexo. Quantos inocentes ainda terão que morrer?
Itamar Ap.Inocêncio Pereira (Pirangi, SP)
Nome de logradouros
Discordo radicalmente do Coronel Camilo, quando defende por vias tortas a manutenção de memória pró-ditadura ("Devem ser mudados os nomes de logradouros que homenageiam pessoas relacionadas à ditadura? Não, Ideia infeliz", Tendência/ Debates, 6/9). Podemos discutir se é mesmo necessário manter tantas avenidas presidente Vargas –São Paulo, que eu saiba, não as tem, salvo Aparecida–, mas está na hora de sepultarmos os esqueletos das ditaduras.
Vanderlei Vazelesk, professor de história da América da Unirio (Rio de Janeiro, RJ)
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Sobre a mudança de nomes de logradouros relacionados à ditadura, engrosso a turma do não, pois não podemos simplesmente varrer da nossa história aquilo que consideramos tenha sido ruim. Precisamos, sim, preservar a nossa memória para que ela nos norteie o futuro. Também devemos considerar o custo. Quanto custará cada nova placa de rua? Será que estamos, mesmo, necessitando desse desserviço?
Vânia Pires Daré (São Paulo, SP)
7 de Setembro
Foi muito triste constatar, após rodar todos os mais de 200 canais na TV, que apenas um transmitia o desfile militar de 7 de Setembro. A meu ver, é um importante meio de formação cívica. É uma pena que misturemos essa festa da pátria com governo, partidos políticos ou militarismo –que coisa anacrônica. É um equívoco que impossibilita mostrar aos jovens que podem sentir orgulho do nosso país.
Silvana Lima Górniak, professora da USP (São Paulo, SP)