Painel do Leitor
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Brasil em crise
Na sua mais recente e infeliz declaração, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que o governo pode aumentar o Imposto de Renda para reforçar a arrecadação ("Levy afirma que Imposto de Renda pode aumentar para reduzir deficit", folha.com/no1678980). Está completamente errado. Não se trata de fazer ressurgir a CPMF e, muito menos, de criar novos impostos para as "rendas mais altas". O governo não tem nada que arrecadar mais, e sim que gastar menos.
Sinvaldo do Nascimento Souza (Rio de Janeiro, RJ)
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Joaquim Levy anuncia a possibilidade de aumento do IR sobre as pessoas físicas, mas o faz em Paris, bem longe das vítimas, o que não é novidade. É certo que o IR em alguns países atinge valores mais elevados do que no Brasil, porém, no conjunto da obra, a carga tributária aqui é a maior da América Latina e superior à média dos países ricos, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
Amadeu R. Garrido de Paula (São Paulo, SP)
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A prova de que Dilma já não é mais presidente foi mostrada nas comemorações de 7 de setembro. Evitou a tradicional mensagem ao povo em cadeia de rádio e televisão ("Dilma pede união na crise e defende 'remédios amargos'", "Poder", 8/9) e mandou construir o "muro da vergonha" para evitar a aproximação do povo ("Protestos marcam o 7 de Setembro em nove capitais", "Poder", 8/9). Quem foge da presença do povo não merece ostentar a faixa de presidente da República.
Jair Gomes Coelho (Vassouras, RJ)
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Se a motivação da presidente Dilma foi se proteger de ameaças a sua segurança pessoal no desfile de 7 de Setembro, pergunto: por que não uma blindagem transparente, como fazem presidentes de outros países, em vez de se esconder? A estratégia usada deixou claro que Dilma buscou se esconder para não ver nem ouvir a voz do povo, justo ela que fala em democracia, mas usa expedientes de ditadores.
Ricardo Augusto França Leme (São Paulo, SP)
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O remédio é, de fato, amargo quando o paciente foi infectado e o placebo não serve mais.
Franciscus d'Hanens (São Paulo, SP)
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Janio de Freitas, em "Muito para nada" ("Poder", 8/9), acertadamente escreve: "Os três maiores jornais têm publicado artigos com nível de ódio..." Eu acrescento: a Folha, em particular, alimenta e acirra provocações ao publicar, no alto da "Primeira Página", em tamanho gigante, fotos dos bonecos inflados de Dilma e Lula. A foto mostra claramente que não há população em torno dos bonecos, assim como não houve manifestações maciças pelo país contra a Dilma no 7 de setembro. O que justifica uma foto gigante na "Primeira Página"?
Luiz Pedreira Jr, empresário (São Paulo, SP)
Governo de São Paulo
Os paulistas estão convivendo diariamente com problemas no ensino em todos os níveis, crise hídrica, adiamentos sucessivos de obras do Rodoanel, do Metrô e do monotrilho. Na segurança pública, além das recorrentes chacinas, assistimos a cenas estarrecedoras de festas de detentos regadas a cachaça e cocaína, e de funcionários, com direito a striptease de anão ("Anão go-go boy dança em festa em delegacia de SP", "Cotidiano", 8/9). Diante desse cenário surreal, Geraldo Alckmin tenta emplacar a candidatura de Alexandre Moraes.
Francisco Nascimento Xavier (São Paulo, SP)
Leis absurdas
Oportuna a abordagem de Hélio Schwartsman sobre as leis ridículas ("Desatinos legais", "Opinião", 8/9). Os legisladores de Campo Grande deveriam ponderar fatores como o custo das cirurgias bancado pelo contribuinte (SUS) e, sobretudo, a necessidade de os operados serem estimulados a ingerir menos alimentos –o que não ocorreria com expressivo desconto de 50%.
João Antônio Leite (Florianópolis, SC)
Pondé
Organizado em clima teatral, o ótimo texto de Luiz Felipe Pondé ("Glória e coragem", "Ilustrada", 7/9), decerto inspirado nas descobertas recentes de um possível massacre ocorrido no período neolítico em Schöneck-Kilianstädten, na Alemanha, descreve uma versão do que poderia ter ocorrido naquele fatídico dia, ao mesmo tempo em que presta uma singela homenagem à importância da mulher dentro de nossa sociedade.
Jefferson C. Vieira (São Paulo, SP)
Nome de logradouros
Gostaria de lançar um novo olhar na discussão sobre a necessidade de mudanças dos nomes de logradouros que homenageiam pessoas relacionadas à ditadura. Quem irá bancar os custos dessas alterações? Nós. Teríamos gastos desnecessários para efetuar a troca em registro de imóveis, IPTU, ISS, INSS, Sabesp, Detran, Correios etc.
Fernando de Paula Junior (São José do Rio Preto, SP)
Seleção brasileira
Sábado fui à casa de meu vizinho, que era fanático por futebol. Ele estava assistindo a um jogo do US Open de tênis. Também fiquei vendo e, a certa hora, ele me disse que a seleção brasileira estava jogando. Perguntei qual era o placar e ele disse 1 a 0 para o Brasil. Continuamos a assistir ao jogo de tênis. O que fizeram com o futebol brasileiro? Aquilo que era um dos nossos orgulhos...
Rômulo Gobbi (Santa Bárbara d'Oeste, SP)
Refugiados
O que fica da fotografia do corpo do garotinho sírio caído morto numa praia turca foi sentir que não merecemos ocupar um planeta que deu tudo que precisamos para sobreviver e viver em paz. Ainda não somos civilizados para merecer a vida na Terra.
Laércio Zanini (Garça, SP)