Painel do Leitor
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Brasil em crise
Pela charge de Laerte ("Opinião", 15/9), depreende-se que os fatos gravíssimos expostos pela Polícia Federal e pela Justiça (não inventados, portanto) devem ser ignorados ou relativizados pelos órgãos de imprensa? Pelo seu raciocínio, na época do processo de impeachment de Fernando Collor a imprensa não foi livre, imparcial e democrática?
JOÃO LUÍS GORGATTI (Mirassol, SP)
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Inimaginável a criatividade de Laerte. Sua interpretação vale por mil artigos e editoriais. Resume boa parte da situação política. O espírito golpista do chamado "quarto poder" relembra hoje as tramas do udenismo/ lacerdismo que antecederam o golpe de 1964.
EDSON JOSÉ DE SENNE (Ribeirão Preto, SP)
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Parabéns ao cartunista. Captou que tem mais coisa no ar além da umidade e outras partículas tinhosas.
PAULO ZACARIAS (Itanhaém, SP)
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Laerte acertou no alvo involuntariamente, com a charge chapa-branca. Sim, queremos que a Dilma saia do governo com as mãos para cima e pague por seus crimes, como prega a imprensa livre, imparcial e democrática. Sem ironia.
ANTONIO CELSO NOGUEIRA LEITE, tradutor (São Paulo, SP)
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A presidente e o ministro da Fazenda mostram-se incapazes de gerir as finanças. Estes cortes foram ridículos ("Governo corta despesas e tenta recriar CPMF de novo", "Poder", 15/9) e, pior ainda, seguidos de uma nova carga tributária, superior aos cortes. Este governo está exaurido.
SILVANO WENDEL (São Paulo, SP)
A crise tem nomes e caras: Lula, Dilma, Temer, Mantega, Collor, Cunha, Renan, PT, PMDB e PP. Como escreveu o "Financial Times", com a saída de Dilma, seria um "político medíocre substituído por outro" ("'Financial Times' evoca 'doente terminal' em editorial sobre Brasil", "Poder", 14/9).
TOYOMI ARAKI (São Paulo, SP)
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Achei um absurdo o editorial "Última chance" ("Opinião", 13/9) impondo uma agenda à presidenta e ameaçando-a com a deposição. Desde quando crise, econômica ou política, em regime presidencialista é justificativa para saída do cargo? Por que o jornal não ameaçou FHC ou Sarney por ocasião das várias crises de seus governos? Sem o amparo da Constituição, como derrubar alguém legitimamente eleito?
GONÇALO DE ANDRES FERNANDEZ (São Paulo, SP)
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As palavras sutis do editorial traçam o mapa do infortúnio que bate à porta do povo brasileiro. É preciso, sim, que medidas sejam tomadas para evitar catástrofe maior em nosso país.
VERA LUCIA RODRIGUES MASSABKI (Ourinhos, SP)
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O editorial afirmou o que estamos cansados de saber, ou seja, é preciso cortar despesas. No final, concorda com o aumento de impostos –nós já pagamos, não temos retorno e teremos de arcar com mais aumento de tributos.
EDISON LUIZ SCRICCO, engenheiro (Jundiaí, SP)
Crise de refugiados
Vivemos em ilhas de prosperidade num mar de miséria. A Alemanha fechou suas fronteiras para os migrantes ("Sob crise, Europa reforça controle de suas fronteiras", "Mundo", 14/9). Como é possível barrar uma onda de migrantes que pouco têm e que necessitam de comer? O único caminho é a solidariedade e a educação para a partilha e a comunhão. A posse exagerada de bens é fonte de guerras, assalto e violência.
PAULO ROBERTO GIRÃO LESSA (Fortaleza, CE)
Chacina em São Paulo
Em atenção ao editorial "Mortes inexplicáveis" ("Opinião", 15/9), a Secretaria de Segurança Pública esclarece que é indevido associar a série de mortes em Osasco e Barueri às abordagens ilegais no Butantã. Os dois casos são absurdos, mas não há nenhum indício de relação entre eles. É importante destacar que, assim que tomou conhecimento dos vídeos sobre o caso na zona oeste da capital, a SSP adotou todas as medidas legais, com o afastamento e prisão de 11 PMs. Já as mortes na Grande SP são investigadas por uma força-tarefa empenhada em identificar os criminosos e reunir provas que levem à condenação dos envolvidos.
MARCO NASCIMENTO, diretor-executivo de Comunicação e Imprensa da Secretaria da Segurança Pública (São Paulo, SP)
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Será que a matança em São Paulo não deveria ocupar um editorial na "Primeira Página"?
ANTONIO SPANHOLO, funcionário público (Adamantina, SP)
RUF
A Unifesp esclarece que a expansão da universidade teve início em 2006, não nos últimos quatro anos ("Unifesp tem pior queda entre primeiras da lista", "Ranking Universitário Folha", 14/9). Sobre os campi Osasco e Guarulhos, a reportagem informa que os prédios são alugados, o que é um equívoco. O campus de Osasco teve o prédio cedido pela prefeitura em 2010. Já o de Guarulhos foi alugado apenas durante os últimos dois anos, quando ocorreu a execução da obra, não desde seu início, em 2007. Vale ressaltar que o cronograma da obra deste último está sendo cumprido e o prédio principal será entregue no próximo mês.
SORAYA SMAILI, reitora da Universidade Federal de São Paulo - Unifesp (São Paulo, SP)
RESPOSTA DO REPÓRTER DHIEGO MAIA - Sobre a expansão da universidade, a reportagem baseou-se no período em que a instituição mais cresceu, entre 2010 e 2011, quando o número de cursos saltou de 20 para 51. Quanto aos campi de Osasco e Guarulhos, as obras não foram concluídas e a universidade alugou outros espaços para mantê-los funcionando. A situação das obras citada na reportagem foi informada pela própria assessoria da instituição.
Uber
O Uber não veio substituir o táxi, mas agregar. São meios de transporte complementares, que podem conviver harmoniosamente. A comparação ideal seria com o medo de que o teatro acabaria a partir do surgimento do cinema e, em seguida, de que o cinema acabaria com o surgimento da televisão. Todos convivem harmoniosamente até hoje, servem bem ao seu público e são lucrativos.
FABIO NASCIMENTO, bacharel em artes cênicas e em ciências aeronáuticas (Rio de Janeiro, RJ)