Painel do Leitor
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Volta da CPMF
Começou mal o novo ministro da Saúde, Marcelo Castro, propondo dupla tungada no bolso dos brasileiros –CPMF com tributação duplicada ("Novo ministro da Saúde defende CPMF definitiva", "Poder", 3/10). Ocorre que todos nós brasileiros que não vivemos das benesses do governo, inclusos aí políticos como ele, continuamos como malabaristas de circo para chegar ao fim do mês –e pagando os impostos mais injustos do mundo.
Adauto Levi Cardoso (Sorocaba, SP)
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Genial a proposta do ministro da Saúde. Em vez de aumentar a CPMF, cobra do cara que pagou e do que recebeu. Simples, assim o governo arrecada o dobro sem aumentar o percentual do imposto. Se a moda pega, Haddad não vai aumentar as passagens de ônibus, mas cobrar na entrada e depois na saída, e os impostos serão pagos por quem vende e por quem compra. Inteligentes esses caras do governo.
João Carlos Macluf (São Paulo, SP)
Reforma ministerial
Está em leilão a consciência do Congresso brasileiro. Quem dá mais? Um ministério? Dois ministérios? E o que mais? Havia me esquecido, é preciso também alguns cargos de confiança ("PMDB e Lula ganham força em novo ministério de Dilma", "Poder", 3/10). No entanto, como estamos em uma "Pátria Educadora", temos a esperança de que nas próximas eleições a maioria do povo distinga os políticos patrióticos dos negociadores de cargos.
Adalberto Perdigão Pacheco de Toledo (São Carlos, SP)
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É patético ficar assistindo à senhora presidente da República se agarrando desesperadamente ao cargo deste "desgoverno a quatro mãos", com frenética distribuição de cargos, enquanto o país continua à deriva.
Silvia Takeshita de Toledo (São Paulo, SP)
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Enquanto o país assistia enojado àquele troca-troca ministerial do qual até um "pau-mandado" de Eduardo Cunha saiu com sua ração, André Singer rejubilava-se com o fato de que (ufa!) a possibilidade de impeachment estava afastada ("Impeachment enfraquecido", "Opinião", 3/10). Muitos dos seus leitores esperavam alguma manifestação, mínima que fosse, acerca da moralidade do ato. Mas o ex-porta-voz de Lula se limitou a lembrar que o movimento foi "chocante, mas inevitável". Na mesma linha de sensibilidade moral, faltou dizer o que o mesmo pode ter a ver com o mensalão e o petrolão.
Carlos Gilberto Moraes (São Paulo, SP)
Educação
É natural que professores recebam com ceticismo a proposta que o governo de São Paulo denomina "reorganização escolar" ("O novo modelo de escola", Tendências/Debates, 29/9). Nos últimos anos, os projetos da Secretaria da Educação e do governo só resultaram em perdas para o magistério, desvalorização da carreira, péssimas condições de trabalho e violência que se espalhou de forma indiscriminada. Tudo isso nos faz crer que esse é mais um "coelho" tirado da cartola. Impressiona ainda como tudo é feito na improvisação.
Mara Chagas (São Paulo, SP)
Eduardo Cunha
A verdade é que, tendo em vista as últimas e gravíssimas suspeitas de má conduta que pesam contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha ("Cunha nega ter conta no exterior e afirma que denúncia é seletiva", "Poder", 3/10), este não tem a mínima condição política ou moral para tocar para frente qualquer que seja o pedido de impeachment contra Dilma Rousseff que chegue às suas mãos.
Maria Elisa Amaral (São Paulo, SP)
Demétrio Magnoli
Demétrio Magnoli escancara as bobagens do manifesto econômico do PT concebido por seus "intelectuais" ("Aventuras do pensamento mágico", "Poder", 3/10). Diante de tal documento, seria impossível o partido permanecer junto a Dilma. O que quer o PT?
Amaro Albuquerque (Taquaritinga, SP)
Uber
O Uber já opera no paralelo. Para o Uber, a única coisa certa é deixá-lo livre para faturar onde e como quiser ("Impor limites ao Uber vai gerar um mercado paralelo", "Cotidiano", 29/9). Qualquer regulamentação é, para a empresa, uma "barreira artificial". O discurso de Guilherme Telles é próprio dos anarquistas digitais. Solução para imigrantes? Deveriam provar isso na Europa, onde estão há mais tempo e o problema é ainda mais grave.
Adilson Amadeu, vereador pelo PTB (São Paulo, SP)
Gravidez após os 50
Sem dúvida, a gravidez depois dos 50 anos, assim como outras questões bioéticas, deve estar atrelada ao livre arbítrio dos casais ("Gravidez após os 50", "Opinião", 1º/10). Outra questão, porém, impõe-se: é justo trazer ao mundo crianças que mal conhecerão o convívio precioso com os avós e bisavós? Como fica o desenvolvimento afetivo e a tradição de usos e costumes inerentes a tão relevante relacionamento? Vejo certo egocentrismo na busca pela satisfação da paternidade/maternidade a qualquer preço.
Maria Inês de Araújo Prado, advogada e professora (São João da Boa Vista, SP)
Livro
Quero acreditar que os livros de papel não morrerão jamais. Desde Gutemberg, temos ciclos, há épocas em que se compra e lê mais, pois o bolso permite, em outras, menos, pois o bolso se fecha ("Duros de matar", "Mercado", 30/9). Mas ninguém resiste ao livro de papel, ao ruidinho de virar suas folhas, ao cheirinho de novo ou velho, aguçando nossos sentidos, ao espaço ao lado para fazer anotações, ao tato estimulado ao sentir a folha... Como é bom entrar nas livrarias e vê-las cheias de leitores com livros nas mãos.
Mariza Bacci Zago (Atibaia, SP)
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