Painel do Leitor
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Brasil em crise
Não satisfeito com as muitas trapalhadas e tiros nos pés, o governo resolve agora apelar para o tapetão, visando impedir que o relator das pedaladas no TCU apresente o seu relatório ("Governo ataca relator para tentar adiar decisão no TCU", "Poder", 5/10). Prova apenas que também perdeu o senso do ridículo e a vergonha na cara. Lamentável.
Marcos Candau (São Paulo, SP)
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O Palácio do Planalto certamente não veria irregularidade alguma no trabalho do ministro Augusto Nardes caso ele tivesse opinião favorável às contas do governo de 2014. Essa tentativa de afastar o ministro relator do processo é mafiosa e abjeta. Até onde os governantes são capazes de chegar para não largar o osso?
Márcio P. Lauretti (Socorro, SP)
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Ótima a entrevista de Lawrence Pih ("Modelo defendido por Lula e Dilma está errado", Entrevista da 2ª, 5/10). Seu erro foi subestimar a egolatria e o caráter de Lula, cuja formação humana é "streetsmart". Muitos como ele se iludiram porque queriam mudança, e Lula parecia interessante. Deram com os burros n'água, e levaram o país com eles...
Gilberto Dib (São Paulo, SP)
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Lastimo que, para vender Marina Silva, Celso Rocha de Barros tenha apelado à sugestão de que o PSDB poderia enviar um ciborgue ao passado para matar a mãe de Fernando Henrique Cardoso ou a de Florestan Fernandes ("Comprem Marina", "Poder", 5/10). Ainda menina, tive o privilégio de conhecer, como vizinha, a mãe do primeiro, mulher sedutora e dona de uma contagiante alegria de viver. A mãe do segundo, minha avó Maria, impressionava pela personalidade séria, aguerrida e combativa. Ambos são dignos filhos de suas mães, que não mereciam participar dessa brincadeira de mau gosto.
Heloísa Fernandes, socióloga (São Paulo, SP)
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A importância e a abordagem que a Folha deu ao descobrimento de contas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, na Suíça oferecem ao leitor a confirmação da máxima que habita as mentes dos brasileiros: na política, os agentes são farinha do mesmo saco, e na imprensa, os veículos de comunicação, mesmo em sacos diferentes, não se distanciam da intenção deliberada de não dar pesos equidistantes às notícias e se firmam no propósito de atender a um determinado grupo que detém o poder econômico ("Pouco barulho para uma pauta-bomba", Ombudsman, 4/10).
Walter Januário de Souza (Rio de Janeiro, RJ)
Acordo regional
Em oito anos de negociação, ministros do Comércio dos países do Pacífico firmaram um pacto comercial, eliminando tarifas, unindo 40% da economia mundial, possivelmente o maior acordo regional da história ("EUA, Japão e mais 10 países fecham acordo comercial regional histórico", folha.com/no1690284). O Brasil vê o tempo passar, se é que ainda há tempo...
Ricardo C. Siqueira (Niterói, RJ)
Violência
Relevante a pesquisa do Datafolha que trata do modo "tradicional" de atuação da polícia brasileira ("Metade do país acha que 'bandido bom é bandido morto'", "Cotidiano", 5/10). É bom ver que os jovens que nasceram após a ditadura oferecem menor legitimidade do que as gerações anteriores à errônea percepção de que "bandido bom é bandido morto". É inegável que vivemos tempos difíceis, fruto de um tardio processo de transição entre o autoritarismo e o constitucionalismo democrático, mas não será pela violência que construiremos um futuro melhor.
Rene Sampar (Curitiba, PR)
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A morte de uma mulher, pelo simples fato de entrar numa comunidade dominada por traficantes, retrata muito bem a violência no Brasil ("Empresária entra por engano em favela do RJ e morre baleada", "Cotidiano", 5/10). Enquanto houver leis complacentes com os delinquentes, esse quadro continuará. Não é por acaso que a Lei de Execuções Penais é conhecida como madrinha dos criminosos. Vide recentemente o assassino em São Paulo que enterrava as suas vítimas em sua casa e usufruía do instituto da liberdade condicional.
Luiz Felipe Schittini (Rio de Janeiro, RJ)
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Ruy Castro em "Repúdio e reverência" ("Opinião", 5/10) foi uma exceção ao que esta Folha faz em sua rotina de sempre massacrar a PM. Triste ver um país onde o bandido é endeusado e a polícia é demonizada –em filmes, isso é retratado. E quando os heróis pararem por 24 horas?
Carlos Alberto Mattiuzzo (São Joaquim da Barra, SP)
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O mau policial ignora a lei e julga não precisar de licença para matar, pois é, por índole, mais bandido do que policial. Como as nossas prisões não recuperam ninguém, diz-se que bandido só é bom morto, pois a sociedade não corre mais o risco de ter violados seus direitos humanos e de danos patrimoniais ou financeiros.
Paulo Marcos Gomes Lustoza (Rio de Janeiro, RJ)
Ataque a hospital
Gostaria de saber qual o critério utilizado para a concessão, em 2009, do Nobel da Paz a Obama, responsável pelo bombardeio sistemático do Afeganistão, culminando com a destruição do hospital administrado pela organização dos Médicos Sem Fronteira ("Ataque a hospital é crime de guerra, diz ONG", "Mundo", 5/10). Alfred Nobel protestaria.
Arsonval Mazzucco Muniz, advogado (São Paulo, SP)
Empreendedorismo
O PIB travou porque a indústria não só parou como está de marcha a ré há mais de dez anos. Viramos uma economia de serviços e manter uma indústria forte é fundamental para o desenvolvimento consistente. Incentivar o empreendedorismo é um equívoco muito grande neste momento ("O empreendedorismo é a saída", Tendências/ Debates, 05/10). Um aumento significativo no nível de renda só será possível com a recuperação da indústria.
Marcelo Yanez Vargas (São Paulo, SP)