Delúbio pede à Justiça para trabalhar na CUT de Brasília
Justiça Federal só deve analisar pedido de ex-tesoureiro petista em 2014
Além de Delúbio, José Dirceu, Jacinto Lamas e Romeu Queiroz também pediram para trabalhar fora da penitenciária
Preso por corrupção ativa, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares pediu para trabalhar na CUT (Central Única dos Trabalhadores), em Brasília, onde pretende atuar no setor de formação sindical, com salário entre R$ 4.000 e R$ 5.000.
O pedido foi protocolado na Vara de Execuções Penais de Brasília. Delúbio entra em uma fila de solicitações e só deve ter uma resposta em 2014. Ele cumpre pena de seis anos e oito meses no Complexo Penitenciário da Papuda.
Delúbio foi condenado ainda por formação de quadrilha, mas o Supremo Tribunal Federal analisará recurso relativo a este crime em 2014.
O petista, que foi sindicalista e atuou também como tesoureiro da central, argumenta no pedido de emprego que tem experiência necessária para o trabalho.
Delúbio é o quarto dos réus presos do processo do mensalão a apresentar um pedido de trabalho externo. Além dele, o ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro do PL (atual PR) Jacinto Lamas e o ex-deputado federal Romeu Queiroz já fizeram esse pedido.
Dirceu quer ser gerente de um hotel em Brasília e assinou um contrato para ganhar R$ 20 mil. Lamas tem a proposta de uma empresa de engenharia que lhe ofereceu R$ 1.250. O ex-tesoureiro do PL teve, em um primeiro momento, seu pedido de trabalho rejeitado pela Procuradoria-Geral da República, que o considerou genérico demais.
A defesa de Lamas refez o pedido e o enviou ao STF. Nele, Lamas diz que quer trabalhar como assistente administrativo numa empresa que atua também com compra e venda de imóveis.
Um dos proprietários da Mísula Engenharia, João Marques da Cruz Neto disse à Folha que conheceu Lamas numa igreja de Brasília e, sabendo da condição de seu filho menor de idade, que é paraplégico, ofereceu o emprego para tentar "amenizar o sofrimento" do ex-tesoureiro.
Na documentação enviada ao STF, consta declaração da Mísula dizendo que o desejo de contratar Lamas surgiu após entrevista em setembro. Nela se diz que foi fundamental para a escolha a pró-atividade de Lamas, sua capacidade de lidar bem com números e de trabalhar sob pressão.
Além da remuneração de R$ 1.250, Marques também pagará a Lamas vale transporte e R$ 11 por dia de vale-alimentação. (SEVERINO MOTTA, FILIPE COUTINHO E MATHEUS LEITÃO)