Chefe da PF em SP reclama de falta de recursos
Por falta de efetivo, superintendente sugere que outros órgãos assumam parte das atribuições
O superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Roberto Troncon, criticou nesta sexta-feira (17) a falta de estrutura da corporação e disse que é preciso contratar mais policiais ou diminuir as atribuições do órgão.
Troncon afirmou que, embora haja crescimento na arrecadação federal, os investimentos nas instituições ficam "muito aquém das necessidades".
"As necessidades tendem a ir ao infinito, enquanto os recursos são escassos", disse durante inauguração da nova sede da PF em Ribeirão Preto, no interior paulista.
De acordo com Troncon, somente para resguardar os 16 mil quilômetros de áreas de fronteiras terrestres do país seria necessário um efetivo de 12 mil policiais federais, tamanho do atual contingente para o país todo.
Conforme o superintendente, por estas fronteiras são introduzidas armas e drogas no país, e são por elas que saem as riquezas de forma ilegal. "Ou aumenta o número do efetivo ou reduz parte de suas atribuições e as transferem para outros órgãos [de segurança]", disse.
A categoria teve embates nos últimos anos com o governo federal. No dia 7, a Câmara aprovou medida provisória que reestrutura a carreira e eleva salários de agentes, escrivães e papiloscopistas.
O aumento foi negociado com o governo após greve em 2012. O reajuste foi liberado neste ano, antes da Copa do Mundo, após ameaça de nova paralisação no Mundial.
O delegado da PF Lindinalvo de Almeida Filho, de Ribeirão Preto, disse ainda que os policiais estão submetidos a conviver com má estrutura.
Com a nova "casa", os policiais deixarão para trás más lembranças: a antiga sede tinha rachaduras, goteiras e instalações elétricas precárias, segundo Almeida Filho.
Em nota, a superintendência da PF em Brasília afirmou que reconhece que a fronteira exige presença no combate aos crimes transnacionais.
Desde 2012, segundo a PF, foram contratados 1.200 policiais e há concurso em andamento para outras 600 vagas. O órgão também afirmou que, por causa de investimentos, os laboratórios do Instituto Nacional de Criminalística receberão Certificação de Acreditação Internacional.