Cotidiano em cima da hora
Promotoria apura suspeita de fraude na CPI dos Alvarás
Vereador e servidores são investigados por suposto esquema de corrupção
Dono de bar teria de pagar R$ 13 mil por laudo que o livraria de processo na CPI, segundo o 'Fantástico'
O Ministério Público vai investigar um suposto esquema de corrupção envolvendo servidores e vereador de São Paulo que estariam atuando em paralelo à CPI dos Alvarás, instaurada na Câmara, para extorquir donos de estabelecimentos com irregularidades.
Conforme o "Fantástico", da Rede Globo, revelou neste domingo (26), o dono de um bar foi procurado em agosto por dois homens supostamente ligados à CPI que lhe prometeram ajuda para regularizar o estabelecimento.
O servidor da prefeitura Roberto Torres e o assessor parlamentar Antônio Pedace indicaram ao dono do bar, em reuniões gravadas com câmera escondida, um engenheiro que poderia elaborar um laudo para que o estabelecimento escapasse de um suposto processo no âmbito da CPI.
O engenheiro indicado, Marcos Peçanha, cobrou R$ 13 mil pelo parecer que daria "baixa no processo".
As reuniões entre os suspeitos e o dono do bar aconteceram dentro da Câmara.
Pedace é assessor do vereador Eduardo Tuma (PSDB), que presidiu a CPI instaurada no início do ano justamente para apurar eventuais fraudes na emissão de alvarás por servidores da prefeitura. A CPI foi concluída neste mês.
Em conversa gravada, o engenheiro Peçanha disse ao dono do bar que levaria o laudo diretamente ao vereador Tuma, a quem daria "um presente" em troca do arquivamento do processo na CPI.
A Promotoria vai apurar se houve mais casos como esse.
Tuma negou fazer parte do esquema e disse querer uma acareação com o engenheiro que mencionou seu nome. Pedace, assessor do vereador, negou haver irregularidade. Os demais envolvidos não responderam ao "Fantástico".
Em outro caso, descoberto pela Controladoria em 2013, auditores fiscais da Secretaria de Finanças são acusados de fraudar recolhimento do ISS (Imposto Sobre Serviço) --a chamada máfia do ISS.