Petista recua de fazer reforma política apenas por plebiscito
Depois de enfrentar resistências de líderes do PMDB, Dilma Rousseff recuou nesta terça-feira (28) de sua proposta de fazer uma reforma política apenas por meio de plebiscito e já admite o referendo.
Nas entrevistas concedidas ao SBT e à TV Bandeirantes, Dilma afirmou que não imagina como o projeto de reforma política, que ela já disse ser uma de suas prioridades no novo mandato, pode ser discutido sem algum tipo de participação popular.
"Você aprova um grupo de questões e faz um referendo ou você pega questões por questões e faz um plebiscito. A forma que vai ser, eu não sei. Agora, acho muito difícil que não tenha uma consulta popular", disse, na Band.
No domingo, após vencer as eleições, Dilma defendeu como uma de suas prioridades uma reforma política por meio de plebiscito.
Um dia depois, os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), criticaram a forma proposta por Dilma e defenderam o referendo.
O plebiscito é um mecanismo utilizado para consultar a população sobre um determinado assunto, antes de as novas regras serem aprovadas pelo Congresso ou Executivo. No referendo, a população apenas ratifica ou não as mudanças já aprovadas.
Dilma recuou depois das críticas e depois de receber o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP). Para Temer, o fundamental é ter uma consulta popular.
"Se ela vier por plebiscito ou referendo, não importa. É preciso ouvir o povo nesta questão da reforma política", afirmou o vice.
Nesta terça, o presidente do Senado reiterou as críticas à ideia do plebiscito.