Conselho de Ética aprova cassação de Argôlo
Processo será encaminhado ao plenário da Câmara, mas pode não ser votado até dezembro
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, por 13 votos a 4, a cassação do deputado Luiz Argôlo (SD-BA) por envolvimento com o doleiro Alberto Youssef.
Com a decisão do conselho, o processo de cassação de Argôlo terá que ser apreciado pelo plenário da Câmara. Com a aproximação do fim da legislatura, é possível que o deputado não perca seu mandato até dezembro.
Argôlo não foi reeleito, mas ficou como suplente --e poderia assumir novamente o cargo na próxima legislatura.
O processo por quebra de decoro foi aberto em 20 de maio devido a uma representação contra o deputado apresentada pelo PSOL. Ele é acusado de receber dinheiro e favores do doleiro Alberto Youssef e de ter usado dinheiro da Câmara para viajar e se reunir com o doleiro, preso na Operação Lava Jato.
Segundo a apuração da Polícia Federal, Argôlo trocou 1.411 mensagens por celular com Youssef entre setembro de 2013 e março deste ano. Ele também foi acusado pela contadora Meire Poza, que trabalhava com o doleiro, de ser sócio informal do doleiro e de ter recebido um helicóptero de presente de Youssef.
O relator do processo, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), argumentou que Argôlo ajudou Youssef a obter vantagens junto à administração.
A defesa disse que não há provas contra Argôlo e que ele comprovou que não houve um depósito de R$ 120 mil para um de seus assessores.