Skaf negocia trocar PMDB pelo PSD de Kassab e Afif
Mudança seria feita para garantir candidatura à Prefeitura em 2016
Presidente da Fiesp, que diz não estar falando com partidos, faria do PSD sua terceira sigla em quatro anos
Derrotado na disputa pelo governo de São Paulo, Paulo Skaf negocia trocar de partido para sair candidato, em 2016, a prefeito da capital.
Hoje no PMDB, o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) trava uma série de conversas com Gilberto Kassab e Guilherme Afif Domingos, os dois maiores mandatários do PSD.
A campanha eleitoral azedou a relação de Skaf com o comando do PMDB paulista e, principalmente, com o vice-presidente da República, Michel Temer.
Durante toda a disputa, Skaf resistiu a declarar apoio público à reeleição de Dilma Rousseff (PT), de quem Temer foi companheiro de chapa.
O atrito fez com que, na reta final do primeiro turno, o vice de Dilma e o presidente da Fiesp --então licenciado-- deixassem de se falar. O desgaste da relação deu a Skaf a certeza de que, no PMDB, não será o candidato da sigla à prefeitura, como planeja.
Nesse cenário, deu início às conversas com Kassab, de quem se aproximou durante a campanha --o ex-prefeito e presidente do PSD concorreu ao Senado na chapa de Skaf.
Procurado, o presidente da Fiesp afirmou que não tem tido "tempo de conversar com partidos políticos".
"Na última semana reassumi minhas funções [na Fiesp] e estou dedicado apenas ao trabalho", disse. Pessoas próximas a ele e aliados de Kassab, no entanto, confirmam a negociação e afirmam que ela está em estágio avançado.
Desde o fim da campanha ao governo, Skaf tem dado sinais de que deseja disputar a próxima eleição para o comando da capital paulista.
Se fechar o acordo, Skaf fará do PSD seu terceiro partido em quatro anos. Ele disputou o Bandeirantes pelo PSB em 2010 e filiou-se ao PMDB no ano seguinte para concorrer novamente ao posto.