Para Aécio, diálogo depende de investigações
Tucano condiciona conversa com o governo a 'exemplares punições' no caso Petrobras
Com o objetivo de se consolidar como protagonista da oposição, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) fez duros ataques ao PT e à presidente Dilma Rousseff em seu retorno ao Congresso.
Em ato político da oposição em desagravo ao tucano, e depois em discurso no Senado, Aécio disse nesta quarta (5) que as denúncias de corrupção na Petrobras são o "maior escândalo da história do país" e que seus rivais fizeram "o diabo" nas eleições.
No Senado, prometeu dialogar com o governo só se forem investigadas as denúncias de corrupção na estatal.
"Qualquer diálogo tem de estar condicionado ao aprofundamento das investigações e exemplares punições àqueles que protagonizaram o maior escândalo de corrupção da história deste país, já conhecido como petrolão'."
Aécio disse estar respaldado por 51 milhões que votaram nele para a Presidência. Na campanha, a corrupção e as críticas à política econômica foram os temas mais explorados pelo tucano.
Ao contrário da oposição "light" que fazia antes das eleições, o tucano demonstrou que vai endurecer o jogo.
Ele acusou o PT de "capturar" o Brasil "por um projeto de poder" e dividir o país. Ao reeditar acusações feitas contra Dilma na campanha, Aécio disse que sua rival fez um "vale tudo", usando a "mentira" como principal arma.
"Nossos adversários cumpriram o aviso dado ao país de que, nas eleições, pode-se fazer o diabo. E o fizeram."
Irritado com ajustes na economia feitos após a eleição, como o aumento na taxa de juros, Aécio acusou Dilma de implantar medidas que atribuía ao seu opositor.
"Não demorou muito para que a máscara começasse a cair. O Brasil escondido pelo governo na campanha eleitoral está se revelando".
O senador também acusou o PT de trabalhar pela redução dos direitos às liberdades no país, citando resolução divulgada após reunião da Executiva Nacional da sigla em que o partido defende a regulação da mídia e de instituições como o Banco Central.
O tucano prometeu "não dispersar" as forças contrárias ao governo.
Ao sair do plenário, Aécio respondeu à presidente Dilma, que disse que é preciso saber ganhar e saber perder. "Reconheci a derrota. Está na hora dela começar a governar o Brasil."