Delegados elaboram lista para comandar PF
Roberto Troncon Filho, Sérgio Barboza Menezes e Sérgio Fonte foram os três mais votados
Os delegados da Polícia Federal elaboraram uma lista com três nomes a serem apresentados à presidente Dilma Rousseff como sugestão para ocupar a cadeira de diretor-geral da PF a partir de 2015.
Como tem a prerrogativa da escolha, Dilma não é obrigada a acatar as indicações e nomear um dos sugeridos.
O cargo hoje é ocupado por Leandro Daiello. Ainda não está definido, porém, se ele permanecerá no posto a partir do ano que vem.
Os mais votados foram o atual superintendente regional de São Paulo, Roberto Troncon Filho; o superintendente regional em Minas Gerais, Sérgio Barboza Menezes; e o diretor de gestão de pessoal, Sérgio Lúcio Mar dos Santos Fonte.
A eleição foi organizada pela ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) e pela Fenadepol (Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) com delegados de todo o país.
Presidente da associação, Marcos Leôncio Ribeiro estuda agendar uma audiência com o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) para entregar a lista e fazer com que o documento chegue às mãos de Dilma assim que possível.
Antes de bater à porta do ministério, Leôncio Ribeiro vai procurar apoio no gabinete do atual diretor-geral da PF. Eles devem se encontrar nesta quinta-feira (13).
A ideia é convencer Daiello a abraçar o plano da categoria em participar mais diretamente do processo de escolha do principal comandante da corporação. Leôncio espera que o diretor-geral aceite entregar a lista ao ministro.
O presidente da ADPF adianta que não fará "estardalhaço", caso o pleito não seja atendido por Dilma.
"Ela não é obrigada. Se nenhum dos nomes que apresentamos for o escolhido, lamentaremos. Num próximo processo, faremos nova lista. E vamos insistir, até que essa ideia se concretize", disse.
A Folha procurou Cardozo para saber se ele aceitará levar as indicações à Presidência. Por meio da assessoria de imprensa, o ministro informou que não havia recebido nenhum contato das organizações de classe até quarta (12) à noite e, por isso, não iria se posicionar sobre o tema.
A categoria já comemorou uma vitória nesta semana. O Senado aprovou na terça-feira (11) a Medida Provisória que restringe aos delegados da PF de classe especial (último nível da carreira) o acesso ao cargo de diretor-geral.
A aprovação irritou os agentes e peritos da corporação. Atualmente, qualquer pessoa pode ser indicada ao cargo pela presidente da República. Para virar lei, o texto, que já havia passado pela Câmara, precisa da assinatura de Dilma. Membros do Ministério Público também são contrários à mudança.