Doleiro está isolado dos demais presos em Curitiba
Alberto Youssef, delator do esquema de corrupção envolvendo a Petrobras, está sozinho em cela, mesmo com carceragem lotada
O doleiro Alberto Youssef, acusado de comandar o esquema bilionário investigado pela Operação Lava Jato, está sendo mantido isolado dos outros presos, sozinho em uma cela, mesmo com a carceragem da Polícia Federal no Paraná superlotada.
O isolamento evita que o delator do esquema de corrupção na Petrobras tenha contato com outros detidos denunciados por ele, como o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque e executivos de grandes empreiteiras que foram levados a Curitiba depois da realização da sétima fase da operação, batizada de "Juízo Final".
A rotina dos detidos na carceragem da PF na capital paranaense inclui a lavagem de suas próprias roupas em tanques e banhos de sol no solário do prédio.
Eles podem circular pelos espaços da carceragem durante o dia, mas permanecem trancados à noite.
SEIS CELAS
A cadeia tem seis celas com capacidade para 16 pessoas, mas no local estão 26 detidos. Além dos 23 suspeitos presos na sétima fase da Operação Lava Jato, também estão no local Youssef e outras duas pessoas que foram acusadas em outros casos.
A solução foi deixar parte dos presos em colchões no chão dos corredores de cada uma das alas da carceragem.
As celas possuem beliches de concreto, um vaso sanitário e uma pia. Os chuveiros ficam fora das grades e são coletivos.
O almoço dos detidos na segunda-feira (17) teve arroz, feijão, nhoque e frango grelhado. Eles não podem receber comida de fora.
Antes de prestar depoimentos aos delegados do caso, os acusados podem conversar com seus advogados por meia hora. Eles também podem fazer um telefonema.
SAÚDE DEBILITADA
O advogado de Youssef, Antonio Augusto Figueiredo Basto, afirmou que o doleiro está com a saúde muito debilitada em razão de problemas cardíacos.
Basto disse que vai pedir autorização judicial para que Youssef passe por exames médicos foram da carceragem.
O defensor disse que de acordo com o diagnóstico pode pedir a transferência do doleiro para um hospital.
Preso desde março, Youssef já permaneceu hospitalizado por três dias em outubro em virtude de complicações cardíacas.