CPI quebra sigilos bancário, fiscal e telefônico de tesoureiro do PT
Comissão convoca ex-diretor da estatal Renato Duque para depor
Deputados e senadores da CPI mista da Petrobras aprovaram nesta terça (18) a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
Foi aprovada ainda a convocação do ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque, preso pela Polícia Federal na sexta-feira (14).
Também terão de comparecer à comissão o presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado; e outros dois ex-diretores da Petrobras: Ildo Sauer (Gás e Energia) e Nestor Cerveró (Internacional), que já prestou depoimento na comissão.
Cerveró terá de fazer uma acareação com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que o acusou de participar do esquema desbaratado pela Operação Lava Jato.
O senador Wellington Dias (PT-PI) trabalhou, sem sucesso, para tentar convencer os colegas a não quebrar os sigilos do tesoureiro petista.
"João Vaccari não é indiciado pela Justiça e não está na lista de presos. Temos que ter todo zelo para que a justiça seja feita, mas como base em fatos concretos", disse.
Parte da base aliada presente à reunião, como o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e Enio Bacci (PDT-RS), votou pela quebra dos sigilos do petista.
O requerimento foi aprovado pela diferença de um voto: 12 a favor e 11 contra.
O presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) quer incluir no relatório final sugestões para alterar a legislação sobre o regime de contratações da Petrobras para endurecer o controle sobre os contratos da empresa.
Decreto editado em 1998, no governo FHC, desobriga a estatal a cumprir a lei de licitações. O Tribunal de Contas da União ingressou com representação no Supremo Tribunal Federal por entender que o regime simplificado da Petrobras não poderia ser aprovado por decreto, mas só por uma lei, o que nunca ocorreu. O tema será discutido pela CPI nesta quarta (19).
MAPEAMENTO
No PT, há tentativas de mapear o tamanho do estrago na sigla, mas as especulações não avançaram. Mesmo nas conversas mais reservadas, Vaccari nega ter feito qualquer tipo de irregularidade.
O PT já contratou o advogado Pierpaolo Bottini para cuidar da defesa de Vaccari. Ele foi o responsável pelo jurídico da campanha de Dilma.
Petistas acreditam que, caso seja provado que houve enriquecimento pessoal de Vaccari, não será possível mantê-lo na legenda. A ordem é aguardar o andamento das investigações.