Mercado - em cima da hora
Nova equipe econômica deve anunciar medidas logo ao assumir
Novos ministros vão propor ajustes imediatos e ações de médio e longo prazos para retomar confiança
Joaquim Levy deve assumir o Ministério da Fazenda e Nelson Barbosa deve comandar o Planejamento
A presidente Dilma Rousseff encarregou sua nova equipe econômica de divulgar, no dia em que for anunciada oficialmente, um conjunto de medidas para garantir "a sustentabilidade fiscal" do governo e atrair investimentos para retomar o crescimento da economia.
Segundo a Folha apurou, o trio Joaquim Levy, Nelson Barbosa e Alexandre Tombini já está trabalhando nas medidas a partir do que a equipe do ministro Guido Mantega (Fazenda) vinha preparando para ser divulgado nesta semana.
Um assessor presidencial disse à Folha que os novos ministros vão propor ajustes de efeito imediato e ações de médio e longo prazos para garantir "confiança e sustentabilidade" ao país.
A ideia, na área fiscal, é fazer um ajuste "gradual e consistente" das contas públicas nos próximos anos, buscando ao mesmo tempo retomar a política de economia de gastos para pagar a dívida pública (superavit primário) e evitar um cenário de recessão econômica no país.
Um interlocutor da presidente Dilma destaca que as medidas vão retomar a confiança de investidores nacionais e estrangeiros, aumentando os investimentos produtivos no país, considerados essenciais diante da escassez de recursos do Estado.
"RECADO"
O anúncio da nova equipe e das medidas, segundo um assessor presidencial, está previsto para a próxima quinta-feira (27). A ideia é que os novos ministros assumam já dando o "recado" do que será a política econômica no segundo mandato de Dilma.
Entre as medidas que já estavam em fase de elaboração estão cortes de despesas com seguro-desemprego, pensões por morte e abono salarial. O novo time vai acrescentar também suas ideias para o pacote de ações econômicas.
Salvo alguma surpresa de última hora, considerada "improvável" pelo Palácio do Planalto, o desenho da equipe econômica é Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento e Alexandre Tombini mantido no comando do Banco Central. Os convites foram feitos e aceitos dentro desta configuração.
Na avaliação do Planalto, o trio é "muito qualificado e consistente" e vai arejar o debate interno.
Enquanto Levy dará sua contribuição no lado fiscal, Barbosa apresentará ideias na área desenvolvimentista, com Tombini reforçando o compromisso de trazer a inflação de volta para o centro da meta (4,5% ao ano).