STF adia decisão sobre ex-secretários de Alckmin
Voto de Fux, que pediu vista, determinará se Aníbal e Garcia continuarão sendo investigados
Um pedido de vista do ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux interrompeu nesta terça (25) um julgamento que envolve os deputados federais José Aníbal (PSDB-SP) e Rodrigo Garcia (DEM-SP), ex-secretários do governo Geraldo Alckmin (PSDB).
Discute-se se eles continuarão sendo investigados no inquérito sobre propinas em obras do Metrô durante gestões tucanas em São Paulo.
O inquérito está sendo analisado por uma turma do STF, com cinco ministros. Em setembro, o relator Marco Aurélio Mello e Dias Toffoli votaram pelo arquivamento. Nesta terça, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso foram favoráveis ao prosseguimento.
A expectativa é que Fux dê o voto decisivo sobre os dois na próxima semana.
Mello disse que, após testemunhas serem ouvidas, não ficou comprovado o envolvimento deles no caso.
Os deputados são investigados devido ao depoimento dado em delação premiada por um ex-diretor da Siemens, Everton Reinheimer.
Barroso defendeu pedido do Ministério Público para uma cooperação entre Brasil, Suíça e Luxemburgo para o aprofundamento das investigações. "São frágeis os indícios que ligam os parlamentares aos investigados. (...) Curvo-me, porém, ao interesse público na apuração dos fatos e à circunstância de que, embora, frágeis, não são inexistentes os indícios", disse.
José Aníbal destacou que as acusações de Reinheimer foram derrubadas por testemunhas do processo: "Foi tudo desmentido nas oitivas".
O advogado de Garcia, Alexandre de Moraes, afirmou que nada foi comprovado a partir dos testemunhos apontados por Reinheimer e que a cooperação pedida pelo Ministério Público diz respeito a investigações contra outros acusados.