Para Janot, alívio para firma só é viável se alguém admitir culpa
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta quarta (3) que um eventual acordo para abrandar penas das empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato só seria possível se os diretores das empresas também assumissem culpa nos crimes.
Janot afirmou que advogados das empreiteiras o procuraram recentemente. A intenção, disse, era fazer um acordo em que as empresas seriam punidas, obrigadas a pagar multas, limitadas por algum período de participar de determinadas licitações e, ainda, limitadas de doar recursos a partidos políticos.
Janot frisou que são os procuradores da força-tarefa no Paraná (Polícia Federal e Ministério Público Federal), que devem analisar um possível acordo. Ele não deixou de dar sua opinião, porém. Segundo o procurador, seria possível se pensar num acordo de delação, mas só com pessoas físicas. No caso, diretores e outros envolvidos das empreiteiras assumindo culpa.
"Acho muito difícil a possibilidade de um acordo em que as pessoas físicas dessas empresas não assumam a culpa pelos atos ilícitos que estão sendo investigados."
A declaração foi dada pouco antes de Janot ingressar na sessão do Supremo Tribunal Federal. Questionado sobre inquéritos contra políticos, ele informou que receberá, até esta sexta (5), os documentos da delação premiada do doleiro Alberto Youssef. A partir daí, priorizará os pedidos ao STF.