Estatal rescinde com consórcio que tem firma investigada
A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (19) ter rescindido contrato com um consórcio formado pela Galvão Engenharia e pela Sinopec para construção de uma fábrica de fertilizantes em Três Lagoas (MS), orçada inicialmente em R$ 3,1 bilhão.
Segundo a Petrobras, o motivo do rompimento é "descumprimento do contrato por parte do consórcio". Consultada, não informou qual cláusula foi descumprida.
A Galvão Engenharia foi uma das empresas citadas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, em depoimento à Justiça na Operação Lava Jato.
Segundo o delator, a empresa fazia parte do cartel que dividia obras da Petrobras e repassava propinas.
Nesta semana, quatro executivos da empreiteira, inclusive o presidente, Dario de Queiroz Galvão Filho, tornaram-se réus em uma das ações penais decorrentes da investigação, e vão responder por lavagem de dinheiro e corrupção.
De acordo com a Petrobras, o projeto está 82% concluído.
O consórcio e a Petrobras estão há um ano e meio discutindo a repactuação dos valores do contrato, devido a mudanças no projeto. A Petrobras já reconheceu necessidade de ajuste de R$ 150 milhões, mas as empreiteiras buscavam aumentar o valor.
O impasse nas negociações e os atrasos nos pagamentos pela Petrobras levaram o consórcio a parar as obras no início deste mês. A Petrobras notificou o consórcio para apresentar defesa e, nesta sexta-feira, decidiu pela rescisão.
Executivos da Sinopec estão vindo ao Brasil para tentar reverter a decisão.
A petroleira diz já estar refazendo o cronograma para concluir a unidade.
A Galvão Engenharia afirmou que, por não ser líder do consórcio, não pode comentar o caso. Ninguém da Sinopec, líder do consórcio, foi encontrado para comentar.