Chefe da Câmara ainda espera uma chance na equipe
Um dos políticos ameaçados pelas investigações da Operação Lava Jato, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), foi para a geladeira, mas mantém a esperança de conseguir uma vaga na nova equipe formada pela presidente Dilma Rousseff.
Apontado como um dos políticos que teriam sido beneficiados pelo esquema de corrupção na Petrobras, Alves nega ter cometido irregularidades, mas terá que esperar até fevereiro para saber se o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, abrirá inquérito sobre sua conduta.
Segundo reportagens publicadas pela revista "Veja" e pelo jornal "O Estado de S. Paulo", Alves foi citado em depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que confessou sua participação no esquema e passou a colaborar com a Justiça.
Diante da resistência de Dilma em nomear alguém que possa ter ligação com o caso, o PMDB encontrou uma maneira de segurar uma vaga no ministério para o deputado, que não se reelegeu e ficará sem mandato em 2015.
O partido pediu que Dilma mantenha no Turismo o ministro Vinicius Lages, um afilhado político do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Se Henrique Alves for liberado de suspeitas pelo Ministério Público no ano que vem, Lages sairia e Alves assumiria o seu posto.
Em nota divulgada nesta terça-feira, Alves afirmou que pediu ao vice-presidente Michel Temer para ser excluído da lista apresentada pelo partido para o "honroso novo ministério" e disse que a ligação de seu nome com o esquema na Petrobras é "absurda".