Empossado na CGU, Simão promete ser 'implacável'
Sem citar Petrobras, novo ministro diz que é preciso defender estatais de 'predadores'
Novo ministro-chefe da CGU (Controladoria - Geral da União), Valdir Simão assumiu a cadeira nessa sexta-feira (2) com discurso enfático de combate à corrupção. Ele substituiu Jorge Hage, que ficou no cargo por oito anos.
"É tarefa da CGU ser implacável com aquelas que não andam na linha. Haverá a mão que orienta e a que julga e pune com rigor os desvios", afirmou.
Simão não citou nominalmente o caso de corrupção da Petrobras. Entretanto, repetiu o trecho do discurso feito pela presidente Dilma Rousseff, na quinta (1º) no Congresso, em que se referiu às irregularidades na estatal.
"Como disse a presidenta, temos que defender nossas empresas de predadores inimigos", disse Simão.
Ao fim do evento, ele adiantou que o governo deve concluir ainda em janeiro a regulamentação da chamada "lei anticorrupção".
O texto, aprovado no Congresso em 2013, prevê punições com multas de até 20% do faturamento bruto de empresas envolvidas em fraudes de contratos públicos.
"São os últimos detalhes que estamos ajustando. É uma regulamentação complexa, mas está praticamente pronto. Nossa ideia [é regulamentá-la] ainda este mês", previu o novo ministro.
Já Hage, na despedida do cargo, voltou a criticar a fragilidade do sistema de fiscalização de empresas estatais.
Ele defendeu a criação de unidades de fiscalização e controle internas nas empresas públicas, a revisão das regras de contratação e licitações que vigoram hoje, além de cobrar do Congresso a aprovação de uma reforma política, tema que se arrasta no Parlamento.
"Enquanto isso não for possível, impõe-se, pelo menos, suprimir o financiamento empresarial de campanhas, nascedouro da maior parte da alta corrupção."