Marta ataca, mas PT ainda a quer na sigla
Os novos ataques da senadora Marta Suplicy (PT-SP) ao PT e à presidente Dilma Rousseff não foram suficientes para demover o ex-presidente Lula e a cúpula do partido de convencê-la a permanecer filiada à legenda.
Em artigo publicado na Folha nesta terça (27), Marta falou em crise no país "por ausência de transparência, confiança e credibilidade" e que o PT prometeu, na campanha, "um futuro sem agruras, omitiu-se na apresentação de um projeto de nação para o país, mas agora está atarantado sob denúncias de corrupção".
No início do ano, em entrevista ao "Estado de S. Paulo", havia dito que o PT chegou a uma encruzilhada, na qual "ou muda, ou acaba".
Apesar de irritados, Lula e dirigentes petistas continuam enviando sinais à senadora de que há disposição em negociar sua permanência.
Escalado para ser o interlocutor entre sigla e Marta, o presidente do PT-SP, Emidio de Souza, afirmou à Folha que preferia quando ela defendia o legado do partido. "Prefiro as opiniões da Marta sobre o PT e o governo dadas durante a campanha."
Nas últimas duas semanas, ele enviou três emissários para sondá-la sobre uma possível negociação. A senadora chegou a sinalizar positivamente para conversa na última sexta (23). Em seguida, porém, alegou motivos pessoais para fazer uma viagem e não remarcou a reunião.