Escândalo na Petrobras
PF abrirá inquéritos para investigar mais dez empreiteiras
Boa parte dessas empresas foi citada por delator como integrante do 'clube' que fraudava licitações da estatal
Nove delas já estão na lista de construtoras que foram proibidas pela Petrobras de atuar em novos contratos
No mais recente desdobramento da Operação Lava Jato, a Polícia Federal decidiu nesta terça (27) que abrirá mais dez inquéritos para investigar grandes empreiteiras que ainda não haviam sido alvo de apuração específica.
As firmas que serão investigadas são MPE Montagens e Projetos Especiais, Alusa Engenharia, Promon Engenharia, Techint Engenharia e Construção, Skanska Brasil Ltda., GDK, Schahin Engenharia, Carioca Christiani Nielsen Engenharia e Setal Engenharia Construções e Perfurações Ltda.
A décima é a Andrade Gutierrez, conforme a Folha mostrou no sábado (24).
A apuração sobre as empresas inclui "seus dirigentes e funcionários possivelmente envolvidos", segundo ofício do delegado da PF Eduardo Mauat da Silva.
Segundo ele, as novas investigações são necessárias para "receber de forma organizada os dados relativos a outras empresas possivelmente envolvidas em fraudes ligadas à estatal Petrobras".
Boa parte dessas construtoras foi citada nos depoimentos do empresário Augusto Ribeiro de Mendonça Neto --que assinou um acordo de delação premiada-- como integrante do chamado "clube" de empreiteiras, grupo suspeito de acertar o resultado de licitações e definir valores de contratos com a Petrobras.
Segundo denúncias apresentadas no fim de 2014 à Justiça, o cartel era formado por Odebrecht, UTC, Camargo Corrêa, Mendes Júnior, Queiroz Galvão, Iesa, Engevix, OAS, GDK, Setal, Techint, Andrade Gutierrez, Promon, MPE e Skanska.
Há inquéritos sobre as oito primeiras desde o ano passado. Alguns de seus dirigentes estão presos em Curitiba acusados de crimes como corrupção e fraude em licitações.
A GDK já havia protagonizado um escândalo envolvendo a Petrobras em 2005, quando foi revelado que o dono da empreiteira deu ao secretário-geral do PT, Silvio Pereira, um jipe Land Rover, avaliado em R$ 73,5 mil. A CPI dos Correios considerou a doação "um caso exemplar de tráfico de influência".
Nove das dez empresas que passarão a ser alvo de inquéritos foram proibidas pela Petrobras, em dezembro, de serem contratadas ou participarem de licitações da estatal. Só a Schahin ainda não foi incluída na lista.