Candidatos defendem gasto extra de R$ 425 mi
Favoritos na disputa, Cunha e Chinaglia prometem novo anexo para ampliar gabinetes
Com um acentuado tom corporativista, a corrida para a presidência da Câmara dos Deputados resultará em um custo de ao menos R$ 425 milhões aos cofres públicos em caso de vitória de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ou Arlindo Chinaglia (PT-SP), os principais nomes na disputa.
A plataforma mais onerosa até agora foi declarada pelo petista, que presidiu a Casa de 2007 a 2008.
Chinaglia diz que, se eleito neste domingo (1º), vai reajustar a verba dos deputados para contratação de assessores, hoje em R$ 78 mil ao mês. Ele não cita percentuais, mas caso reponha a inflação acumulada desde o último reajuste --de 30%, em julho de 2012-- o valor iria a R$ 91 mil, com um impacto anual de cerca de R$ 130 milhões.
"Os funcionários que trabalham nos gabinetes não devem ser escravizados e ficar com o mesmo salário dez anos", disse nesta semana.
Para consultores da Câmara, a medida demandaria um ajuste orçamentário, com corte de gastos, ou crédito suplementar --isso porque 80% dos R$ 5,1 bilhões para o ano estão comprometidos com despesas obrigatórias.
Outra bandeira do petista, também levantada por Cunha, é a construção de um prédio para ampliar os gabinetes. A ideia, lançada por Chinaglia quando ele presidiu a Câmara, nunca saiu do papel.
O Orçamento deste ano tem previstos R$ 95 milhões dos R$ 425 milhões estimados para a obra, que terá 83 gabinetes, auditório, salão de exposição e garagem subterrânea com 3.000 vagas.
Segundo Chinaglia, a medida não é onerosa para a Câmara porque ele assegurou, durante sua gestão, R$ 322 milhões para a obra por meio da negociação que permitiu ao Banco do Brasil e à Caixa administrarem a folha de pagamentos da Casa.
Já Cunha reeditou a ideia de levar a cobertura da TV Câmara aos Estados. A iniciativa é popular, mas de difícil execução e custo alto com equipamento e pessoal. Ele também promete ampliar a transmissão da Rádio Câmara e modernizar os gabinetes dos congressistas.