Após promover PRB, governo cobra votos em petista
Irritado com o aliado PRB, o Palácio do Planalto quer "enquadrar" o partido na reta final da disputa pela presidência da Câmara dos Deputados para garantir mais votos ao candidato petista, Arlindo Chinaglia. Dilma Rousseff e o núcleo político do governo trataram do tema nesta sexta-feira (30).
Nas contas do governo, a eleição será apertada. O Planalto tentou angariar votos também no PP, que ocupa o ministério da Integração Nacional. Irritada por ter sido "rebaixada" ao perder a pasta das Cidades, a sigla deve votar em maioria no candidato do PMDB, Eduardo Cunha, que é desafeto do Planalto.
Em reunião no Palácio da Alvorada, a presidente e seus principais auxiliares discutiram um esforço final para eleger Chinaglia. Participaram do encontro os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Pepe Vargas (Relações Institucionais), Jaques Wagner (Defesa), Giles Azevedo (assessor especial) e Ricardo Berzoini (Comunicações).
Para o grupo, diferentemente de outras siglas, o PRB foi "promovido" na reforma ministerial e "premiado" com o Ministério do Esporte. No primeiro mandato, a sigla ocupava a pasta da Pesca.
Sem contar no "desgaste" da presidente após a nomeação de George Hilton para ministro do Esporte, pontua um ministro de Dilma. Hilton foi flagrado em 2005 pela Polícia Federal no Aeroporto da Pampulha, em BH, com "malas e caixas, num total de 11 volumes, contendo cheques e maços de dinheiro".
Dirigentes do PRB disseram ao governo que a bancada estava dividida, mas ministros receberam a informação de que 19 dos 21 deputados devem votar em Cunha.