Ex-gerente esclareceu pouco, diz Procuradoria
Ministério Público dispensou Venina de prestar novos depoimentos nas ações da Lava Jato
A ex-gerente da Petrobras Venina Velosa da Fonseca, que acusou a atual direção da estatal de ter conhecimento de desvios, foi dispensada de dar novos depoimentos nas ações penais da Lava Jato.
A dispensa foi solicitada pelo próprio Ministério Público Federal, que considerou que ela "pouco esclareceu sobre os fatos apurados", segundo uma petição enviada à Justiça na noite da terça (3).
Horas antes Venina estivera na Justiça Federal do Paraná para servir de testemunha na ação que investiga desvios envolvendo a Engevix. Ela também havia sido convocada para outras quatro audiências sobre outras empresas.
Diante do depoimento da terça, porém, em que Venina falou sobre indícios de superfaturamento na refinaria Abreu e Lima e os processos de contratação na estatal, a Procuradoria decidiu dispensá-la de todas as audiências.
A Folha procurou os advogados de Venina para comentar a decisão da Procuradoria, mas não obteve resposta.
Os procuradores não definiram se convocarão uma testemunha substituta.
Como gerente da área do Abastecimento, subordinada ao então diretor Paulo Roberto Costa, Venina assinou todos os projetos de licitações das grandes obras da refinaria Abreu e Lima. No ano passado, ela deu declarações à imprensa afirmando ter alertado Graça Foster sobre as irregularidades desde 2007.
O depoimento da ex-gerente era aguardado com expectativa, mas advogados que acompanharam a oitiva disseram que ela foi vaga.
"Ela falou menos do que para a Glória Maria [jornalista da TV Globo que a entrevistou em dezembro]", disse o advogado Haroldo Nater, que defende Leonardo Meirelles, ex-sócio de Alberto Youssef.