Delator envolve mais 2 diretorias em esquema, mas isenta Graça
Em depoimentos na Operação Lava Jato, Pedro José Barusco Filho, ex-gerente de engenharia da Petrobras que assinou um acordo de delação com o Ministério Público, relacionou contratos fechados em mais duas diretorias da companhia com esquemas de propina direcionados ao PT.
Segundo ele, também os contratos da Diretoria de Óleo e Gás e da Diretoria de Exploração e Produção implicavam o pagamento, pelos fornecedores, de um percentual em "comissões" que oscilava de 1% a 2% sobre o valor dos contratos. O delator disse porém que os diretores da época não sabiam da corrupção.
Até aqui são acusados nas diversas investigações decorrentes da Operação Lava Jato os ex-diretores de Serviços (Renato Duque), Abastecimento (Paulo Roberto Costa) e Internacional (Nestor Cerveró). Com as novas menções, cinco diretorias aparecem citadas como relacionadas ao pagamento de propinas.
Barusco declarou à força-tarefa da Lava Jato: "O pagamento de propinas dentro da Petrobras era algo 'endêmico' e institucionalizado".
O ex-gerente ponderou que os diretores de Óleo e Gás na época dos pagamentos, Maria das Graças Foster (depois nomeada presidente da Petrobras e que pediu demissão do cargo nesta semana) e Ildo Sauer não sabiam do pagamento das propinas.
Ele afirmou que "não tinha espaço para conversar essas coisas com Ildo e com Graça Foster", que "nunca houve conversa nesse sentido" e que, se os diretores sabiam, "conservaram isso para si".
Segundo Barusco, quando os contratos eram fechados na área de Óleo e Gás, "o percentual de propina variava normalmente entre 1% e 2%, mais próximo de 2%, sendo que desses metade era para o Partido dos Trabalhadores".
ODEBRECHT
Barusco disse que recebeu da Odebrecht US$ 916.697,00 em 2009 numa conta da offshore Constructora Internacional del Sur SA no Panamá. De lá o dinheiro foi transferido a uma conta de Barusco no Panamá. A Odebrecht nega a propina e afirma que não tem relação com a Constructora Internacional del Sur.