Após melhora, rejeição a Haddad dispara
Desaprovação à administração do prefeito de São Paulo, que caiu 19 pontos em setembro, volta a ultrapassar 40%
Índice é semelhante ao de junho de 2013, período sob efeitos dos protestos de rua; para 56%, petista é indeciso
A rejeição à administração do prefeito Fernando Haddad disparou entre os paulistanos e anulou a leve recuperação que o petista havia conquistado cinco meses atrás.
Aqueles que consideram a gestão ruim ou péssima saltaram de 28%, em setembro, para 44%, segundo o Datafolha.
A marca, levando em conta a margem de erro da pesquisa, se equipara à de junho de 2013, quando a rejeição atingiu 40%, sob os efeitos dos protestos de rua.
Agora, 33% dos paulistanos apontam a administração como regular (eram 44% em setembro), enquanto a avaliação positiva (ótimo e bom) permaneceu estável, em 20% (eram 22%).
Pré-candidato à reeleição no ano que vem, Haddad é um prefeito "indeciso", para a maioria dos paulistanos. Esse índice passou de 28%, no início da gestão, para 56%.
O Datafolha não perguntou o motivo dessa avaliação, mas há algumas pistas:
1) Ele anunciou e brigou na Justiça por um aumento bem acima da inflação para o IPTU, mas recuou pouco antes do envio dos boletos;
2) O veto aos táxis nos corredores de ônibus foi logo seguido de uma autorização;
3) Não durou muito a promessa de que só profissionais de perfil técnico, e não indicados políticos, comandariam as subprefeituras;
4) E a proibição das sacolinhas plásticas nos supermercados? Vale ou não vale?
Além de problemas da cidade, essa piora na avaliação também está atrelada a temas indiretos, com a política partidária e a crise da água.
Haddad é do PT, partido com alta rejeição em São Paulo e que também vê a presidente Dilma Rousseff despencar na pesquisa do Datafolha.
A falta de água também afeta o prefeito, já que, para 22% dos paulistas, todos (população, empresas e governos municipal, estadual e federal) são responsáveis por ela.
Principal marca da primeira metade da gestão, as ciclovias já foram mais populares. A aprovação para a abertura de caminhos exclusivos para bicicletas recuou 14 pontos. Passou de 80%, em setembro, para os atuais 66%.
Os contrários são 27%, ante 14% há cinco meses.
Na interpretação de auxiliares do prefeito, a boa avaliação que Haddad alcançou em setembro teve a ver com o ritmo de instalação das ciclovias por toda a cidade, que hoje chegam a 214 km.
Em geral, há duas críticas mais comuns a essas vias: tiram o espaço de carros e muitas têm permanecido ociosas.